A «aclaração do pretenso Plano de Saneamento Financeiro apresentado (pela Câmara de Aveiro que suporta o pedido de empréstimo de 58 milhões de euros), trouxe à tona de água factos até então não devidamente explicitados que mais não são do que verdadeiras falácias que até poderão confundir ou enganar os técnicos do Tribunal de Contas mas não passam no crivo de qualquer Aveirense minimamente informado», escreve o líder do PS/Aveiro no seu blog Margem Esquerda.
Raul Martins adianta ainda que «se o Tribunal de Contas acreditar nos argumentos que foram aduzidos, se não levar em conta as falácias, ilegitimidades e iniquidades deste pedido de empréstimo, vamos ter 6 meses de pão e circo. Depois…». Acrescenta ainda que «temos vindo a assistir a uma desconexa politica de facilitismo que tem conduzido ao agravamento exponencial da situação herdada».
Para Raul Martins «subsistem algumas dificuldades para que o visto seja concedido» a um plano que «sacrifica o bem colectivo dos aveirenses em favor das conveniências politicas de um executivo que, assim, atraiçoa o mandato que os aveirenses lhe conferiram».
Sobre a avaliação do plano camarário pergunta Raul Martins se «haverá alguém que, sinceramente, acredite que o empréstimo dos 58 milhões de euros a que há que juntar os 24,6 milhões de encargos financeiros previstos para a operação, ou seja um total de 82,6 milhões de euros, seja essencialmente pago com a concessão do estádio (em 2013!) por 65 milhões de euros aos preços de hoje? Ou pela concessão dos SMA por 50 milhões de euros?». Pergunta também: «Haverá alguém que acredite que a constituição de uma parceria público-privada para a construção e manutenção das escolas do ensino básico do concelho e a construção e exploração de 4 parques de estacionamento, geradora de encargos para o Município no montante até ao momento avaliado em 36,6 milhões de euros (negócio agora incluído no pretenso plano de financiamento financeiro quando o recurso ao QREN para a implementação da Carta Educativa consumiria certamente um valor não superior a um quinto desse montante e a CMA ainda poderia usufruir das rendas da concessão dos parques de estacionamento) é um bom negócio para Aveiro?»
O líder dos socialista faz mais perguntas: «como vão ser financiados os investimentos da CMA nos próximos 12 anos se o Plano que agora se pretende esmiuçar não previa nenhum investimento municipal nesse período? Como vai ser possível contornar o preceituado na Lei das Finanças Locais (que o Decreto-Lei 38/2008 veio densificar) relativamente à situação conjuntural ou estrutural do desequilíbrio financeiro do nosso Município?»
Por último, questiona ainda: «Quem é que explica como é que uma Câmara que, como é notório, não consegue libertar fundos para mandar cantar um cego vai poder no futuro, para além dos seus compromissos normais que hoje não se atreve a cumprir, pagar os encargos que este plano vai gerar, sem fazer (nem exigir aos seus munícipes) sacrifícios. Vai ser descoberto petróleo no Canal do Cojo?».