O Centro Municipal de Canoagem continua a dar que falar. Um equipamento construído e inaugurado na fase final do mandato de Manuel Castro Azevedo, como presidente da Câmara Municipal de Águeda, mas que corre sérios riscos de nunca vir a funcionar, noticia o Diário de Aveiro.
«Tudo por causa de um diferendo que, desde o início do processo, colocou em partes opostas uma das proprietárias do terreno e a autarquia, por discordância quanto aos valores a que a autarquia se propôs adquirir o espaço físico.
Por esta razão, tem sido esgrimida uma longa batalha judicial que dura há vários anos, cujo mais recente episódio é a acusação formulada pelo Ministério Público contra o ex-presidente da autarquia, Castro Azevedo, que terá que se defender da acusação de desobediência qualificada e abuso de poderes, pelo facto da obra ter avançado, e ter chegado a ser inaugurada, sem que tenha existido acordo entre as partes envolvidas.
Ao mesmo tempo, a proprietária em questão, Clementina Santos, tem uma decisão judicial que declara a caducidade da declaração de utilidade pública daquele espaço.
De resto, como se sabe, há já vários meses, que os acessos ao Centro de Canoagem – que se encontra fechado – estão vedados.
No início do mandato, o novo executivo, liderado pelo socialista Gil Nadais, propôs tentar chegar a um entendimento para solucionar este caso pela via do diálogo entre as partes.
Ao nosso jornal, Gil Nadais dizia ontem que, apesar da boa vontade, «nesta altura é difícil solucionar o problema, já que existem vários e não apenas um proprietário, e para se chegar a um entendimento que ultrapasse o pagamento das custas judiciais que a requente teve até hoje, terá que se negociar com todos os outros proprietários de novo, e isso não está ao nosso alcance».
Para o mesmo, a resolução do caso só poderá passar, nesta altura, por uma decisão de uma entidade com poderes para o efeito, e externa à câmara municipal.
Ou seja, apesar dos milhares de euros investidos no equipamento, o certo é que o Centro Municipal de Canoagem continua sem funcionar, e não se sabe ainda o desfecho de um investimento que, de acordo com Gil Nadais, rondará os 350 mil euros. (Diário de Aveiro)