«Pessoalmente, não conheço nenhum processo concreto sobre eventuais irregularidades com os combustíveis que se tenha verificado na autarquia». Foi desta forma que Jorge Almeida, vice-presidente da Câmara de Águeda, respondeu à oposição, noticia o Diárioo de Aveiro.
«Foi o tema dominante da última reunião do executivo da Câmara Municipal. As afirmações proferidas por Armando Ferreira – que é deputado municipal pelo PS – numa reunião do executivo, realizada em Ois da Ribeira. Nessa altura, enquanto munícipe, Armando Ferreira terá deixado no ar a ideia que a autarquia está inundada de inquéritos em curso e processos de averiguações, sobre eventuais irregularidades cometidas durante mandatos anteriores. De resto, na ocasião, terá sido dado um exemplo sobre a utilização eventualmente irregular de combustíveis.
Já na assembleia municipal, o deputado voltou a falar sobre processos e inquéritos, dizendo que se «o senhor vereador Carlos Almeida (PSD), quiser acompanhar estes processos, vai ter que deixar o seu trabalho por fazer, tal o volume de processos que existem».
Carlos Almeida ficou pouco satisfeito com aquilo que ouviu e, na última reunião do executivo, pediu explicações ao partido do poder. Questionando «como é possível que o senhor Armando Ferreira saiba de eventuais situações destas e nós vereadores desconhecemos o que se passa», o vereador social-democrata disse querer saber em concreto que processos existem, se existem, e concretamente se existe algum inquérito ou processo em curso, sobre eventual utilização abusiva de combustíveis».
Ausente da reunião por motivo de férias, Jorge Almeida assumiu a presidência da Câmara e da reunião, mas tal bastou para que Carlos Almeida não ficasse satisfeito com as respostas que obteve.
É que, no caso concreto da utilização de combustíveis, Jorge Almeida referiu desconhecer qualquer processo de inquérito concreto sobre a matéria: «que eu tenha conhecimento não, mas até poderá existir e estar na posse do senhor presidente, como tal não lhe posso garantir que não haja, só que eu desconheço, o melhor é que esse assunto seja colocado directamente ao senhor presidente», respondeu Jorge Almeida que admite algumas situações de processos e inquéritos em curso, mas nada que se relacione com utilização de combustíveis.
De resto, Jorge Almeida aproveitou o momento para criticar as afirmações que foram proferidas por Armando Ferreira, sublinhando que não se revê naquela forma de fazer política e que não veio para a autarquia «para iniciar uma caça às bruxas».
Reclamando ser esclarecido e que se existem processos e inquéritos em curso «devemos saber deles e serem apuradas todas as responsabilidades», Carlos Almeida chegou a ameaçar não prosseguir a reunião «até ficar esclarecido totalmente sobre esta matéria». Só que Jorge Almeida disse que não podia acrescentar mais nada sobre o assunto. O impasse acabou por ser ultrapassado, quando Carlos Almeida sugeriu que, então, «logo que o senhor presidente chegue de férias, seja feita uma reunião connosco, para sabermos o que se passa, pois entendo ser inadmissível que se tenham lançado para o ar suspeitas de coisas e que nós não saibamos o que se passa na realidade». (JN)