Chegaram duas denúncias ao Ministério Público de Aveiro sobre a forma como foi conduzido o desassoreamento da Ria de Aveiro e a Procuradoria Geral da República extraiu uma certidão de uma, sendo que há um processo de investigação em curso cujo teor está em segredo de justiça, segundo reportagem do programa A Prova dos Factos, emitida esta sexta-feira na RTP.
Pescadores da Ria de Aveiro e dirigentes associativos reprovam a obra de desassoreamento feito na laguna, denunciando que «navegar nos canais, em alguns casos, ficou muito pior».
O investigador da Universidade de Aveiro, João Miguel Dias, que desvaloriza a necessidade do desassoreamento, diz que no prazo de «um ano ou dois, a ria estará exatamente como estava antes desta operação de desassoreamento» da empresa Etermar.
Há dragados que voltaram a ser depositados na ria regressando ao local onde retirados e não nas margens, no reforço dos taludes e deriva litoral.
O consórcio Etermar não reconhece o regresso dos sedimentos aos canais dragados mas a dona da obra, a Polis diz que houve autorização para esta deposição regresso, mas não considera isso significativo.
Quanto às bacias de contensão com aberturas, deixando escorrer os dragados para a ria, a Polis vai exigir ao empreiteiro a sua reconstrução.
A operação de desassoreamento teve um orçamento de 23 milhões de euros, 75 por cento financiado por fundos europeus.