A Câmara de Aveiro deparou-se com a empresa municipal de mobilidade MoveAveiro numa situação financeira difícil e, segundo o vereador Pedro Ferreira, a autarquia irá apresentar «em breve, um estudo de viabilidade», noticia o Diário de Aveiro.
«Nesse documento, segundo o vereador que preside à empresa municipal, em declarações prestadas na reunião da Assembleia Municipal, que teve início na passa sexta-feira, a autarquia ficará a saber o valor das transferências financeiras que terá de garantir para manter a função social, designadamente assegurando os transportes públicos.
Pedro Ferreira respondia à intervenção do socialista Raul Martins que apresentou uma empresa em crise profunda. O presidente da Câmara, Élio Maia, ainda disse que “nem tudo é mau”, mas o socialista falava de uma empresa «em ruptura financeira», de fornecedores «que não recebem», “sem crédito” e onde “não há dinheiro para o gasóleo dos autocarros”, além das notícias da alienação de parte do capital.
A imagem da MoveAveiro é de uma empresa que “não tem estrutura, não tem regulamento interno e não constituiu acordo de empresa”.
Para Raul Martins, “age-se ao sabor da conjuntura, falta liderança, estratégia e os funcionários sentem profundas angústias”. Além disso, segundo Raul Martins, têm «dúvidas» quanto a “receber os salários e subsídios”.
Pedro Ferreira disse que a situação da empresa tem origem no mandato anterior, de maioria socialista, quando os sistemas de mobilidade foram concentrados naquela empresa municipal. Jorge Nascimento, da bancada do PP acrescentou que «a empresa foi criada «sob a péssima governação anterior». O vereador disse que “o problema é que se pegou em várias peças e não se ordenou”, referindo-se a um estudo que «era de tal maneira cor-de-rosa que em 2007 já daria lucro». No aspecto dos investimentos, “esqueceram-se que era uma empresa municipal e que tem regras de endividamento”, acrescentando que a Moveaveiro «foi claramente mal constituída».
Quanto aos táxis marítimos, que nunca entraram em funcionamento regular, Pedro Ferreira diz que “foi tudo muito bonito em vésperas de eleições», questionando ainda o facto de ter uma lotação de oito pessoas com um motor de um cavalo”, por isso defende que “estas coisas têm de ser pensadas”. Disse ainda ser difícil conseguir o “acordo de empresa» quando “alguns funcionários foram aumentados em 28,8 por cento e há subsídios de refeição diferenciados”.
Quanto à declaração de Raul Martins sobre a falta de dinheiro para pagar o combustível, Pedro Ferreira respondeu que “se fosse verdade, era complicado de gerir”. (Diário de Aveiro)