O presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, disse que a adjudicação da construção do “Pavilhão Municipal – Oficina do Desporto” será ainda este mês ou até ao início de maio e o candidato do PS nas eleições autárquicas de setembro ou outubro, Alberto Souto, publicou esta quarta-feira um texto no qual diz que anulará o projeto se for eleito. «Se ganhar as eleições, o projeto em curso será anulado», escreveu esta quarta-feira nas redes sociais. Contudo Ribau Esteves disse que a adjudicação pode acontecer até 8 de maio, data a partir da qual o empreiteiro que vencer concurso poderá iniciar a obra. Cinco meses depois, realizam-se as eleições autárquicas e, diz Alberto Souto, nessa altura, se for eleito presidente, anulará o projeto, que a acontecer, de facto, estará em execução. Pode estar há cinco meses em obra.
O concurso laçado pela Câmara Municipal tem um preço base de 22,7 milhões de euros e um prazo de execução de 540 dias sendo que o “Pavilhão” estará focado nos programas de “Desporto para os Cidadãos” e associações desportivas. O projeto prevê quatro campos polidesportivos um envolvido por bancadas, com lotação de 2.500 pessoas, e um ginásio polivalente.
Na publicação, Alberto Souto apela «ao sr. presidente da câmara em funções que desista de cometer este erro colossal. A poucos meses de se ir embora, insistir é um ato de terra queimada e de soberba política. Renunciar seria um ato de humildade e de respeito pelo futuro. Aquele que vamos construir». Ribau Esteves encontra-se «em fim de mandato e devia abster-se de projetos de consequências perenes e estrategicamente danosas».
O socialista propõe um “Multiusos”. Será «um pouco mais caro (comparando com o “Pavilhão-Oficina), mas não tem de sair mais caro ao município. O que é seguro é que é preferível desenvolver um novo projeto que sirva os próximos 50 anos, do que construir um mastodonte que já não serve sequer o presente».
O “Pavilhão” «não dá resposta à componente artística e musical, nem à afirmação de Aveiro com espaço para grandes finais de desportos de interior», diz o socialista. Para suportar o “Multiusos”, o «financiamento complementar poderá ser encontrado junto de privados, desde que na conceção do projeto sejam previstas fontes de receita atrativas: grandes superfícies, lojas de marca, ginásios, restauração, etc.».
Propõe uma «parceria público-privada para reunir o financiamento suplementar. Os mesmos 20 milhões de euros seriam investidos num Multiusos».
Outra ideia de Alberto Souto: «em vez de 20 milhões mal gastos, aplicarei apenas dois milhões a conferir polivalência ao Parque de Feiras». Os dois pavilhões do “Parque” podem «acolher, em eventos isolados ou em treino simultâneo, várias equipas e modalidades: com uma bateria de balneários – muito fácil de fazer sem descaraterizar a arquitetura atual -, bancadas retrácteis, pisos amovíveis, redes e tabelas, podem ali ser acolhidos torneios e finais de camadas jovens, treinos dos clubes, em articulação com a agenda das feiras, etc.».
A seguir, «com tempo e visão estratégica, contrataremos o projeto para um Multiusos com sustentabilidade financeira e futuro». No início de fevereiro último, Alberto Souto, defendeu a «anulação imediata do concurso para o “Pavilhão-Oficina” e lançamento de concurso para projecto de Pavilhão Multiusos».
Fazendo mais contas, Alberto Souto critica «o capricho do Rossio, custou 20 milhões de euros. Esta teimosia (o Pavilhão-Ofcina) vai custar mais 20 milhões. E daqui a 20 anos andaremos a pagar estes erros de palmatória». Contudo, o custo do “Pavilhão” será suportando com um empréstimo bancário, já visado pelo Tribunal de Contas, mas o Rossio não foi.