Sábado, 15 Março 2025
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Choque frontal entre Alberto Souto e Ribau Esteves segue para o Ministério Público

Começou na passada quinta-feira, continuou no sábado, depois esta segunda-feira e ninguém sabe quanto terminará o primeiro caso mais relevante entre Ribau Esteves e Alberto Souto nesta pré-campanha eleitoral das próximas autárquicas, porque dependerá do Ministério Público perante a queixa a apresentar pelo candidato socialista contra o presidente da Câmara de Aveiro, por difamação.

Na quinta-feira, dia de reunião do Executivo da Câmara, o presidente Ribau Esteves (PSD) anunciou a urbanização da Vitasal, no extremo nascente do Canal de S. Roque, que inclui a construção de um museu de arte contemporânea pela empresa Civilria, avaliado em 10 milhões de euros, cuja gestão será entregue à Câmara. Foi neste ponto que entrou o candidato do PS, Alberto Souto: «Surpreendente é a notícia de que o investidor doará ao município um imóvel de 10 milhões de euros para um museu. Filantropia rara (…) Ou será que mais uma vez o senhor presidente não explicou bem as contas?». Ribau Esteves respondeu dois dias depois: Alberto Souto «insinua que o Presidente da Câmara e o seu Executivo praticaram atos de duvidosa qualidade de gestão (…) levantando suspeições graves e absurdas a instituições e pessoas». A seguir, refere-se a Alberto Souto como «candidato operador, investidor imobiliário no município de Aveiro em nome individual e pela sua empresa Alfabeto Salgado». Com a questão que levantou, Alberto Souto «está a tentar perturbar o trabalho da Câmara e dos investidores privados», segundo Ribau Esteves. A mesma questão levantada sugere a Ribau Esteves dizer que Alberto Souto tem uma «relação difícil com outros operadores imobiliários de grande dimensão, talvez por ser um pequeno investidor imobiliário que procura ultrapassar e não cumprir as regras». Fez, segundo Ribau Esteves, «tentativas de aprovações diretas com SMS’s ao presidente da Câmara e ações de pressão a funcionários da Câmara». Quanto aos «outros investidores imobiliários, cumprem as regras, concretizam investimentos de relevante dimensão e qualidade, têm com a Câmara e o seu o presidente, uma relação de trabalho séria, respeitadora e geradora de desenvolvimento».

A seguir, Ribau Esteves refere-se à família de Alberto Souto. «A ânsia e a luta de poder da família Souto Miranda, ao nível económico e político, não vai perturbar a governação da Câmara. Neste ponto atinge o candidato do próprio partido, o PSD, uma vez que o irmão de Alberto Souto, Luís Souto Miranda, também é candidato à Câmara, pelo PSD.

Lamenta ainda «profundamente, quem andou e anda por caminhos bem diferentes e obscuros», enquanto na autarquia da maioria PSD-CDS-PPM, «a seriedade, a transparência, o combate à corrupção, o rigor das contas e dos acordos com entidades públicas e privadas, são instrumentos base da gestão da Câmara».

Ministério Público Perante estas declarações, Alberto Souto avisa que Ribau Esteves «irá explicar ao Ministério Público o que se recusa a explicar (as contas do museu) e responder por difamação agravada, porque é reincidente». Um «rol de mentiras», «ofensa» e «difamações» é o resumo que faz. Ribau Esteves, «em vez de mostrar as contas e explicar porque é que a Câmara vai receber um imóvel de 10 milhões de euros, optou por manter a opacidade».

Diz ser «falso que tenha procurado ultrapassar e não cumprir as regras, procurado aprovação directa com SMS´s ao presidente da Câmara e pressionado os funcionários camarários». Quanto às SMS´s ao presidente: «ele tinha avocado o processo e proibiu os funcionários da Câmara de me receberem e fez veto de gaveta durante um ano e discriminou-me objectivamente», diz Alberto Souto. Os funcionários «serão testemunhas» diz.
Sobre a frase «”quem andou e anda por caminhos bem diferentes e obscuros…”. Não lho admito. Obscuro é não explicar como é que a Câmara recebe um imóvel de 10 milhões», segundo o candidato do PS. Quando à referência à sua família, (Ribau Esteves) «não perdoa a humilhação a que foi sujeito na respectiva escolha e ataca igualmente o meu irmão, a despropósito, só porque sim. É uma pena que não saiba terminar o mandato com um pouco de dignidade».

foto – CMA

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