A empresa Castro Brothers quer tornar-se, dentro de cinco anos, a principal accionista da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Aveiro Basket, adquirindo, através de um aumento de capital faseado, os 45 por cento do capital actualmente detidos pela autarquia aveirense, noticia o Diário de Aveiro.
«O município liderado por Élio Maia está a estudar uma proposta feita por aquela empresa administrada pelos irmãos gémeos Domingos e Dionísio Castro. A resposta terá de ser dada até final desta semana, uma vez que foi esse o prazo imposto pela Castro Brothers.
As negociações foram ontem confirmadas por Sérgio Guedes, director-geral da empresa sediada em Lisboa, que se dedica à organização de eventos desportivos e gestão de carreiras de atletas de alta competição.
Em troca de contrapartidas não reveladas, a Castro Brothers compromete-se a suprir o passivo da SAD. Sérgio Guedes negou-se a revelar o montante do passivo, mas o Diário de Aveiro sabe que é actualmente superior a 500 mil euros.
Esta semana vai ficar-se a saber se a autarquia e o Aveiro Basket aceitam as condições propostas pela empresa administrada pelos irmãos Castro, antigos praticantes de atletismo.
A data-limite foi imposta de forma a haver tempo para angariar patrocinadores e formar uma «equipa competitiva» para disputar a edição 2006/2007 da liga profissional de basquetebol.
Segundo Sérgio Guedes, a constituição do plantel tem de começar a ser feita em breve, até porque «muitos jogadores já estão colocados» noutros clubes.
O Diário de Aveiro sabe que a Administração da SAD do Aveiro Basket, liderada por Paulo Amorim, já procedeu à pré-inscrição da equipa na Liga de Clubes de Basquetebol (LCB) com vista à participação na próxima edição do campeonato profissional da modalidade (a Ovarense é a outra equipa do distrito que já cumpriu este requisito, ao contrário da Oliveirense).
A venda de uma parte do capital da SAD é vista com satisfação pelo presidente da Assembleia Geral (AG) da SAD do Aveiro Basket. Para Armindo Sequeira (um dos homens que assinou a escritura de constituição da SAD), a venda de uma parte do capital a instituições privadas poderá ser «um bom caminho». Uma das vantagens seria a de dotar a sociedade de «maior agilidade» de funcionamento, frisou.
Para o dirigente, a Câmara de Aveiro, principal accionista da SAD, poderá estar interessada na alienação, graças às dificuldade financeiras que atravessa.
Entretanto, Armindo Sequeira revelou que a AG do Aveiro Basket ainda não está agendada. A sessão servirá para debater vários assuntos, entre eles o próprio futuro da instituição, disse ao Diário de Aveiro.
A AG deverá ser convocada por solicitação da Administração, o que ainda não aconteceu.
Este responsável admite que o atraso no pedido de convocação possa estar relacionado com as negociações tendo em vista a venda de uma parte do capital da sociedade.
O Diário de Aveiro tentou ouvir Paulo Amorim, mas em vão. Jorge Greno, vereador com o pelouro do Desporto na Câmara de Aveiro, não se quis pronunciar sobre o assunto. (Diário de Aveiro)