A empresa Castro Brothers cansou-se de esperar por uma resposta da Câmara de Aveiro e desistiu de comprar os 40 por cento das acções que a autarquia detém da sociedade anónima desportiva (SAD) do Aveiro Basket, noticia o Diário de Aveiro.
«Segundo Sérgio Guedes, director-geral da Castro Brothers, a firma lisboeta «nunca recebeu uma resposta» do município, apesar de ter sido a própria autarquia e a administração da SAD a «solicitarem» a apresentação de uma proposta, o que foi feito em finais de Maio.
A Castro Brothers concedeu um prazo à Câmara para responder à proposta, que «expirou há duas semanas».
Em reunião geral realizada pela empresa lisboeta administrada pelos gémeos Domingos e Dionísio Castro, foi decidido abandonar o processo. «Não vamos mais ter com a Câmara», garantiu Sérgio Guedes, acrescentando que se trata de um «dossier encerrado».
A partir de agora, o processo só conhecerá avanços se a autarquia tomar a iniciativa, salientou ontem ao Diário de Aveiro.
O director-geral da empresa de Lisboa advertiu, por outro lado, que é já «difícil» a formação de uma «equipa competitiva» para actuar na próxima edição da liga profissional de basquetebol. «A maioria dos melhores jogadores portugueses já está colocada», alertou.
A Castro Brothers pode agora voltar-se para a Académica de Coimbra (que na temporada anterior militou na Proliga), que terá mostrado interesse em criar uma parceria com a empresa. «É uma possibilidade, mas ainda não houve negociações», revelou.
A Castro Brothers, que se dedica à organização de eventos desportivos e à gestão de carreiras de atletas de alta competição, pretendia tornar-se na principal accionista da SAD Aveiro Basket, adquirindo, no prazo de cinco anos e por um valor não divulgado, a totalidade das acções actualmente detidas pelo município. A empresa iria apostar ainda em proceder a um aumento de capital na sociedade.
A proposta da firma dos irmãos Castro comprometia a autarquia a apoiar logisticamente um conjunto de iniciativas a promover pelo Aveiro Basket, entre elas um «mega concerto anual» e várias provas desportivas.
De acordo com Sérgio Guedes, o falhanço nas negociações não impede a empresa e a edilidade de se envolverem noutras iniciativas conjuntas.
Câmara
desconhece
Fonte da autarquia disse ao Diário de Aveiro, na semana passada, que a venda da participação da Câmara na SAD à Castro Brothers era uma forte possibilidade, apesar de haver outras hipóteses alternativas. Uma delas é simplesmente o «fecho» da sociedade.
Perante a decisão da Castro Brothers, mantém-se indefinido o futuro do Aveiro Basket. Certo é que Élio Maia, presidente da Câmara, pretende que o município abandone o projecto, que integra ainda Galitos, Beira-Mar e Esgueira (cada clube com 15 por cento do capital), além de um grupo de pequenos accionistas, também com 15 por cento.
Contactado ontem pelo Diário de Aveiro, Jorge Greno, vereador da Câmara com o pelouro do Desporto, garantiu que a autarquia «não tem conhecimento» da recente posição da Castro Brothers, não tendo sido contactada «de nenhuma forma». «A Câmara continua a avaliar a proposta para decidir da melhor forma», adicionou.
Paulo Amorim, presidente do Conselho de Administração do Aveiro Basket, manteve-se incontactável. (Diário de Aveiro).