Sábado, 18 Outubro 2025
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Candidatos íntegros, os preferidos dos eleitores

Há uma preferência por candidatos íntegros e a filiação partidária é menos importante na hora da decisião do voto, conclui o Barómetro do Poder Local, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, sob a coordenação de Nuno da Cruz e Filipe Teles, investigadores da Universidade de Aveiro.

«O atributo mais importante é o comportamento ético do/a candidato/a, com uma
importância relativa de 27,1% para a decisão de voto, sendo que os inquiridos
valorizam candidatos/as que se mostram intransigentes do ponto de vista ético
(nunca contornando a lei ou os princípios quando procuram resolver problemas).
O segundo atributo é a orientação ideológica do/a candidato/a, com uma
importância relativa de 23,7%; e o terceiro é o estilo de liderança, com uma
importância relativa de 18,3%, sendo que os participantes valorizam uma liderança
colaborativa, em que os políticos que decidem com base em consultas alargadas
com as partes interessadas,.
Os restantes três atributos desempenham um papel substancialmente
menor. A experiência profissional apresenta uma importância relativa de 10,6%,
com uma ligeira preferência por candidatos com ampla experiência em cargos
públicos e políticos. A filiação partidária tem uma importância relativa de 9,7%,
com uma ténue preferência por candidatos independentes. Por fim, o sexo dos
candidatos tem uma importância relativa de 10,2%, com uma ligeira preferência por
candidatos do sexo feminino», segundo o estudo.

Os cidadãos veem o município «sobretudo como prestador de serviços, relegando para segundo plano as dimensões de autonomia política e democracia participativa». O barómetro regista ainda a «contradição entre os residentes urbanos, que dizem conhecer melhor o poder local mas erram mais em questões factuais, e os não urbanos, que revelam maior conhecimento efetivo».

Há um «desejo claro de um reforço da influência municipal em áreas como saúde e habitação, precisamente áreas onde as autarquias têm hoje pouca intervenção», acrescenta o investigador  Nuno da Cruz.

Os resultados confirmam a «personalização do voto, a visão positiva do poder local sobretudo em territórios não urbanos, e a baixa participação ativa dos cidadãos». Entretanto, sobre as próximas eleições autárquicas, os portugueses têm uma perceção relativamente clara da importância das autarquias e do desempenho da democracia local, mas conhecem mal as funções das instituições regionais e supramunicipais», ou seja, diz, «estarão informados para votar em autárquicas, mas nem sempre com conhecimento aprofundado sobre a complexidade do sistema político subnacional».

O estudo está disponível aqui

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