O candidato à Federação distrital do PS/Aveiro, Cosat Amorim, desistiu da corrida à presidência provocando a eleição de Afonso Candal.
O anúncio foi feito esta quinta-feira através de um comunicado da candidatura.
O comunicado anuncia «a retirada de todos os seus candidatos do processo eleitoral» devido à «actuação» da Comissão Organizadora do Congresso».
Costa Amorim faz acusações graves. «Só os fracos temem o confronto nas urnas, recorrendo aos golpes baixos e ao aviltamento burocrático da Democracia. A candidatura de Afonso Candal, através da COC, de telefonemas intimidatórios, de boicote de listas e de outras práticas eticamente rastejantes, tem vindo reiterada e ignobilmente a tentar ganhar na secretaria, o que receava perder junto dos militantes.».
Por isso conclui que Carlos Candal vencerá mas «como político de secretaria o que perdeu nas urnas. Será um Presidente de Federação sem legitimidade».
O candidato Elísio Costa Amorim recusa «pactuar num processo viciado» e diz que «falta isenção e boa-fé nos procedimentos e decisões». O número um da lista B considera «inaceitável que os resultados sejam condicionados por manobras de secretaria, é intolerável que se procurem viciar os resultados e a livre expressão da vontade dos seus militantes».
A candidatura diz que é «coincidência» mas, acrescenta, «falta deseriedade política» o facto da COC ser composta, «de forma desequilibrada, por nove elementos: sete afectos à lista de Afonso Candal, o Presidente e um elemento afecto à lista de Costa Amorim».
Costa Amorim diz que a COC tem vindo «gritantemente a viciar o processo eleitoral, a desprestigiar o Partido Socialista e a ofender os seus militantes».
O comunicado da candidatura enuncia uma série de acusações: «A COC só fez chegar a casa dos militantes a carta que permitia formalmente a apresentação de listas, já depois de terminado o prazo para a respectiva entrega.; a COC marcou o prazo limite para a entrega de listas para o Domingo de Páscoa. …; a COC “esqueceu-se” de entregar à Lista B um documento de orientações sob a constituição das listas, emanado da direcção nacional do partido; a COC, em desespero por, mesmo assim, Costa Amorim ter conseguido entregar listas em praticamente todas as secções do Distrito, decidiu rejeitar as candidaturas da Lista B, de Costa Amorim, em diversos concelhos, entre os quais, duas das maiores concelhias, como Aveiro e Ovar».
Costa Amorim admite «irregularidades formais» mas são «gralhas nos números de meia dúzia de militantes, imediatamente corrigíveis, três ou quatro situações em que a presença de mulheres no ordenamento da lista teve de ser ajustada, ou seja, nada que não pudesse ser rectificado oportunamente».
Também acusa a COC de não dar «qualquer prazo para correcções».