O pelouro da Cultura da Câmara de Aveiro iniciou a elaboração da Carta Cultural do Concelho, esta sexta-feira, num encontro com agentes culturais do concelho que resultará “num Plano Estratégico de Desenvolvimento Cultural para o Município de Aveiro, que dará apoio à clarificação pública das políticas municipais para o sector”.
A base deste encontro dedicado à “Comunicação e Cultura”, juntou representantes de associações culturais, instituições e empresas e assentou em “pensar as estratégias de comunicação, ao nível de conteúdos e ferramentas utilizadas, e na sua eficácia com vista à criação e fidelização de públicos”.
Os próximos encontros, até chegar à Carta Cultural, serão para abordar a “formação, dinâmicas em rede, infra-estruturas e formas de gestão, exportação de produtos culturais de qualidade, fórmulas de apoio institucional, sistemas de avaliação, transversalidade e transdisciplinaridades e sistemas de coordenação das actividades”.
A Carta pretende fazer ainda “um ponto de situação quanto ao estado actual da intervenção cultural, conhecer quem são os actores existentes e quais os seus objectivos e práticas e trabalhar o percurso do futuro para ampliar os níveis de qualidade das acções”.
O Director do Departamento de Comunicação do Museu de Serralves, Rui Silvestre, e o vereador do Pelouro da Cultura da Câmara de Santa Maria da Feira, Carlos Martins, “sublinharam a importância da definição de uma estratégia onde a Cultura é vista como factor de desenvolvimento e afirmação de um município, para a consequente criação de públicos”.
Para aqueles dois responsáveis “é preciso provocar para depois fidelizar realçando a importância da democratização do espaço público (trazer os eventos para a rua), da qualidade e da regularidade da oferta cultural, da criação de parcerias e integração em redes europeias”.
As associações consideraram importante “a disponibilização de serviços por parte da Câmara que facilitem a comunicação dos eventos realizados, nomeadamente, através da criação de um site para divulgação das actividades culturais e de uma base de dados de públicos consumidores de cultura para contactos regulares”.
Mais abrangente seria da uma “política que cruze a gestão da programação com a da comunicação, de forma a tornar os conteúdos mais dinâmicos e apelativos para os públicos, sem sobreposições de eventos e homogeneizando a oferta cultural”.
O vereador do Pelouro da Cultura, Pedro Silva, propõe a criação do Gabinete de Apoio às Associações, na futura Casa da Cultura – Edifício Fernando Távora, futura sede de associações culturais do concelho, disponibilizando um serviço de comunicação neste local, uma “via verde da cultura”, dando visibilidade à informação sobre cultura nos meios de comunicação social.
Para a Câmara, a oferta cultural é ainda um meio para “a projecção de Aveiro além fronteiras municipais e nacionais, e na consequente criação de mais valias em termos de riqueza para a região, nomeadamente, através da captação de Turismo”.
Quanto ao financiamento dos agentes culturais, as associações defendem que “para uma oferta cultural de sucesso é, sobretudo, importante criar condições de trabalho para a organização de eventos de qualidade e desafiaram o Município à compra das suas produções culturais”.