O bloqueio dos acessos ao estádio de Aveiro desta quinta-feira, desencadeada por duas empresas que reclamam à Câmara o pagamento dos trabalhos realizados, acabou por abrir uma guerra de números entre a autarquia e o Instituto de Estradas de Portugal (IEP).
Com o bloqueio de camiões no auge, o consórcio Somague/Vitor Frias a exigir o pagamento de 7,5 milhões de euros, o Beira-Mar impedido de treinar, a ameaça da possibilidade do jogo com o FCPorto se realizar no velhinho estádio Mário Duarte e os moradores do lugar de Taboeira com acesso cortado, o presidente da Câmara, Alberto Souto reunia, à tarde, em Lisboa, com o IEP.
Alberto Souto não regressou a Aveiro com a garantia do montante que diz ter assumido num acordo com o IEP, além de que a segunda e última fatia que aquele organismo estatal se compromete a pagar está dependente de um conjunto de documentação a apresentar pela autarquia.
Os camiões da Somague e Vítor Frias foram retirados ao final da tarde de quinta-feira mas mantêm-se as barreiras para impedir a passagem para as vias circundantes ao estádio, suspendendo as obras que faltam e continuando a reclamar o pagamento da dívida da autarquia.
Segundo o IEP, foram transferidos 560 mil euros, encontrando-se por transferir 1,5 milhões de euros. A versão de Alberto Souto é diferente. Confirma a transferência de 560 mil euros mas difere no total da comparticipação estatal da obra.
O IEP diz que falta apenas pagar cerca de 1,5 milhões de euros, o que será transferido quando a Câmara apresentar a respectiva documentação, mas a autarquia reclama uma comparticipação superior, atingindo os cerca de 3 milhões de euros e não pouco mais de dois milhões como defende o IEP.
Neste ponto há uma divergência em relação à leitura do contrato-programa assinado para o financiamento das acessibilidades ao estádio que uma parte diz que a outra não está a cumprir.