Mesmo num quadro de uma semana positiva e que pode vir a fazer história no Beira-Mar, com a subida praticamente garantida, o presidente do Beira-Mar, Artur Filipe, não deixa de tecer fortes críticas à Câmara Municipal de Aveiro, em função da dívida de 800 mil euros da autarquia ao clube e que resulta do protocolo que já vem do tempo do anterior executivo camarário, noticia o Diário de Aveiro.
«Artur Filipe disse ontem que a actual Câmara, «em nada ajudou o Beira-Mar, pois não cumpre o que está protocolado. Estou farto de promessas não cumpridas, por parte da autarquia e, especialmente do vereador responsável pelas finanças da Câmara de Aveiro» (Pedro Ferreira, n.d.r.)».
O dirigente «auri-negro» vai mesmo mais longe, ao considerar que «se fosse pelo apoio da Câmara, em vez de subir, tínhamos era descido de divisão, por falta de verbas para suportar as despesas de um clube que já leva 26 jogos consecutivos sem perder, o que constitui um recorde único em todos os campeonatos profissionais europeus».
Mesmo perto da hora da consagração, Artur Filipe admite a hipótese do regresso ao antigo «Mário Duarte» na próxima época, porque «não temos hipótese de continuar a suportar os custos de manutenção do novo estádio, face à falta de cumprimento dos compromissos assumidos pela Câmara Municipal de Aveiro».
«Viver num palácio
sem dinheiro…»
«Não interessa viver num palácio, quando nem sequer há dinheiro para pagar aos trabalhadores. É preferível o Beira-Mar morar numa casa humilde, mas compatível com as suas posses», explicou Artur Filipe, lembrando que «ao longo de 23 anos de dirigente deste clube – só ultrapassado por Cabral Monteiro -, com três subidas à I Liga e uma quarta à vista, mais duas finais da Taça de Portugal, uma das quais ganha pelo Beira-Mar, nunca vi tanta falta de solidariedade por parte da Câmara».
Desde que esta direcção tomou posse, «recebeu apenas 250 mil euros, mas ainda na gestão de Alberto Souto, porque de então para cá, a dívida não tem parado de aumentar. E só estamos em dia com os compromissos, porque considero esta direcção um grupo de sete “suicidas”, que se têm atravessado nos bancos para ter com as contas em dia».
Artur Filipe referiu por fim que tem sido abordado todos os dias por empresários de jogadores que podem ser contratados para a próxima época, mas refere que «ainda nada está definido quanto a entradas e saídas de jogadores». Com a descida de quatro equipas da Liga principal à Honra, serão mais de uma centena os jogadores que deixam de jogar na prova principal do futebol português, muitos dos quais quererão jogar num clube como o Beira-Mar, que cumpre com os seus compromissos.(…) » (Diário de Aveiro)