O presidente da Direcção do Beira-Mar, Artur Filipe, não reconhece qualquer esforço da Câmara de Aveiro para saldar a dívida de 800 mil euros que reclama da empresa municipal Estádio Municipal de Aveiro (EMA), noticia o Diário de Aveiro.
«A Direcção está descontente com o empenho da Câmara e Artur Filipe, admite que «alguém está a entravar este processo dentro da Câmara», disse em declarações à Aveiro FM. O presidente está desanimado com o resultado das negociações com a autarquia. «Não ligam nada ao Beira-Mar», diz.
A direcção tem mantido o assunto no debate público mas sem conseguir alcançar um acordo com a autarquia. O Diário de Aveiro chegou a avançar com uma possibilidade de acordo entre as partes. A solução passaria pela contracção, pelo clube, de um empréstimo bancário apresentando terrenos do património municipal, cedidos pela autarquia, como garantias. A Câmara saldaria, posteriormente a dívida ao Beira-Mar.
O Diário de Aveiro não conseguiu ontem obter uma declaração da autarquia e o vereador Jorge Greno, entrevistado esta semana por este jornal, não adiantava nada a este processo, apenas dizendo que se trata de «uma situação que a Câmara está a estudar». Do total da dívida reclamada pelo clube à autarquia, entre 500 a 600 mil euros, serão da responsabilidade da EMA.
Artur Filipe vê esta situação com algum pessimismo. «Parece que estão a encarar isto tudo de ânimo leve e isto pode trazer problemas para o clube e para as pessoas que estão a desprezar um pouco esta situação», afirma o dirigente. Por tudo isto não prevê que a dívida seja paga «muito brevemente».
Por outro lado, o presidente diz que o Beira-Mar se encontra «numa posição invejável», pela posição que actualmente ocupa, em primeiro lugar e com fortes possibilidades de subida e «até devido ao estádio que tem», diz, ao mesmo tempo que lamenta o facto de não ter a «colaboração das entidades que têm a obrigação leal de colaborar».
O pagamento da dívida seria uma forma de equilibrar as contas. A nova Direcção, liderada por Artur Filipe, investiu cerca de dois milhões de euros, ou seja dinheiro injectado no clube para a preparação da actual época. Sem ver dinheiro a entrar, pergunta o que acontece «se a torneira se fechar». Quanto ao protocolo assinado entre a Câmara e Beira-Mar diz que «não está a ser cumprido, nada foi cumprido, tanto pela anterior Câmara como por esta». Além do apoio financeiro, Artur Filipe também se refere à falta de construção de um pavilhão desportivo e da sede.
O clube precisa muito de subir de divisão, não apenas no aspecto desportivo mas ao nível financeiro. Artur Filipe diz que será necessário subir de divisão e manter-se dois anos na Primeira Liga «para equilibrar as contas». Um exemplo significativo é a receita proveniente da transmissão televisiva dos jogos pela SportTV. Com o clube na Primeira Liga pode fazer um encaixe anual de cerca de 1,5 milhões de euros. (Diário de Aveiro)