O presidente da direcção do Beira-Mar, Mano Nunes, assume que o clube se encontra em “profunda crise”, pela posição na tabela classificativa, encontrando-se em penúltimo lugar.
Numa “carta aberta aos Sócios e Beiramarenses”, Mano Nunes, diz que falta sorte ao clube, diz que a equipa é afectada pelas arbitragens, critica os que só desestabilizam, os que lhe mandam cartas anónima e mensagens para o telemóvel referindo-se particularmente a um “papagaio esverdeado de duvidosa sanidade mental”.
Deixa uma palavra de esperança: “Temos 17 jogos que serão 17 finais mas suficientes para deixarmos o Sport Clube Beira-Mar na Superliga”.
Carta aberta aos Sócios e Beiramarenses
“O nosso clube passa por uma fase de profunda crise ao nível desportivo, reflectida na tabela classificativa. Todos nós o sentimos e todos nós nos preocupamos com a situação. Podem crer que eu e a minha Direcção, jogadores e treinadores, somos os que mais sentimos. Porque todos sabemos, conhecemos e não rejeitamos, a nossa responsabilidade.
Nesta época, temos de considerar, tudo nos tem acontecido. Ao contrário do habitual, tivémos de mudar de treinador três vezes. A pontinha de sorte que acompanha as equipas não tem aparecido. Mudamos de jogadores. Sofremos em muitas das 18 jornadas disputadas arbitragens que não podem passar incólumes em parte do nosso insucesso. Perdemos 11 pontos nos últimos minutos dos jogos.
Para alguns, estes dados, não são importantes. Para alguns, o mais importante, é criticar, contestar, desestabilizar, como tem sido público. Sabemos que esses são pseudo-beiramarenses; sabemos que têm a memória curta; sabemos que querem sobrepor-se aos 70 por cento de votos expressos em Junho de 2003.
No futebol, passado é museu. Mas a Direcção tem a convicção que tudo o que fez foi SEMPRE a pensar no engrandecimento do Sport Clube Beira-Mar; na sua solidificação para projectar outros voos. Leva o seu tempo. Como levaram tempo Roma e Pavia.
Eu, como Presidente, como primeiro responsável pelo Sport Clube Beira-Mar, assumo o momento. Mas não deixo de registar quem aparece na praça pública nos maus momentos, tentando denegrir quem ao longo de quase dez anos tudo deu ao Sport Clube Beira-Mar, de forma desinteressada, sem perspectivar reaver o que quer que seja, pensando apenas em conduzir o Clube até uma situação invejável no panorama do futebol nacional.
Uma palavra também para os cobardes que debaixo da capa do anonimato enviam mensagens para o telemóvel e cartas sem remetente insultando-me, com acusações graves, que serão remetidas para a sede própria por entender que se tratam de casos de Polícia; e para um papagaio esverdeado de duvidosa sanidade mental que, a mando de alguém, debita opiniões altamente lesivas para o Sport Clube Beira-Mar, apesar de não se coibir de se auto-considerar um grande Beiramarense, mas a quem os Beiramarenses com história no Clube saberão responder.
Temos 17 jogos que serão 17 finais mas suficientes para deixarmos o Sport Clube Beira-Mar na Superliga. Eu e a Direcção, a nossa equipa técnica, os nossos jogadores, temos essa convicção e, firmes, lá chegaremos. Pedimos aos verdadeiros Beiramarenses que nos apoiem nesta luta que será árdua, sabêmo-lo, mas que será vencida. Não permitam que os jogadores sejam apupados quando jogam em casa. Não entreguem aos adversários calor, apoio e armas que se possam virar contra o Sport Clube Beira-Mar e, por consequência, contra nós e Vós próprios.
Já não vou recordar o passado recente do Sport Clube Beira-Mar quando, há dez anos, estava falido, sem ninguém para o dirigir. Dez anos volvidos, o Sport Clube Beira-Mar ganhou uma Taça de Portugal, fez a estreia na Taça UEFA, desceu, é certo, mas subiu duas vezes de divisão, estabilizou-se no escalão maior…
Peço, agora a título pessoal, que os verdadeiros Beiramarenses ajudem à obtenção da tranquilidade que se deseja para atingir as vitórias necessárias. Depois, venham os notáveis que saberão fazer melhor.
Vamos ganhar!
Viva o Sport Clube Beira-Mar!”
(Mano Nunes) Presidente do Sport Clube Beira-Mar
17 Janeiro 2005