O Bloco de Esquerda coloca várias reservas ao recém anunciado Plano de Apoio à Cortiça, considerando a criação de uma linha de crédito e o investimento em promoção do sector no estrangeiro «medidas escassas, sem a profundidade necessária para responder à crise social gerada».
Para os bloquistas, o Governo PS devia «exigir a manutenção de postos de trabalho nas empresas que recorrem ao Plano de Apoio à Cortiça» e classifica as medidas de «desgarradas, mais parecendo operações de marketing do governo e de pré campanha eleitoral, financiadas com o dinheiro de todos os portugueses, do que verdadeiras saídas para a crise».
O BE pergunta quais os empresários e empresas vão ser beneficiadas com este pacote, sobre a regulação das condições de acesso aos mercados externos, o número de postos de trabalho a criar, as garantias exigidas para recorrer à linha de crédito e sobre despedimentos.
Contudo, o BE já conclui que «ignora por completo os desempregados e os trabalhadores».
O BE propõe a proibição de despedimentos colectivos em empresas que dão lucro, impedir pagamentos de dividendos aos accionistas de empresas que receberam subsídios ou benefícios públicos, redução do Horário de trabalho para 35 horas semanais, direito à reforma aos 40 de trabalho sem penalizações, aumento das pensões e salário mínimo para chegar aos 600 euros em dois anos, subsidio para todos os desempregados (cerca de metade são hoje excluídos, impostos sobre as grandes fortunas para financiar a segurança social, fim do segredo bancário, encerramento de todos os off-shores, nacionalização do sector energético, predomínio do sector público na banca, contratos efectivos para quem faz trabalho efectivo e acabar com a precariedade e com os falsos recibos verdes.