Quinta-feira, 15 Maio 2025
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Auxílio à imigração ilegal – buscas domiciliárias em Espinho

A operação da Polícia Judiciária para desmantelar «grupo criminoso organizado que se dedicaria à prática reiterada de crimes de auxílio à imigração ilegal, corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos, incluiu buscas em Espinho e a detenção de 13 pessoas (sete homens e seis mulheres com idades entre os 26 e os 64 anos, sem antecedentes criminais conhecidos, que serão oportunamente presentes a às autoridades judiciárias, tendo em vista a aplicação das medidas de coação». Entre os quais sete empresários, uma advogada e uma funcionária da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Este grupo «terá vindo a dedicar-se à legalização irregular e massiva de cidadãos estrangeiros em Portugal, obtendo proventos financeiros na ordem dos milhões de euros», segundo a PJ.

Espinho foi um dos locais onde foram feitas 40 buscas domiciliárias e não domiciliárias, assim como em Coimbra, Carregal do Sal, Amadora, Odivelas, Loures e Lisboa. As buscas resultaram na apreensão de «um enorme acervo de documentação utilizada em processos de legalização irregular de estrangeiros, equipamentos informáticos, 11 veículos automóveis, alguns de alta cilindrada, aproximadamente um milhão de euros em numerário, duas presas de elefante em marfim com cerca de 50 Kg, artigos adquiridos com os proventos do crime e artigos utilizados na falsificações de documentos, entre um selo branco encontrado e apreendido numa empresa onde seriam “validados” milhares de certificados de registo criminal de cidadãos estrangeiros».

A Judiciária refere-se a uma «complexa investigação em curso, iniciada em setembro de 2023» conseguindo confirmar que «muitos dos imigrantes legalizados por este grupo, apesar de figurarem como estando a trabalhar e a residir em Portugal, encontram-se na verdade noutros países do espaço europeu».

Os imigrantes, «enquanto “clientes” que se mostravam disponíveis a pagar valores elevados para conseguir a legalização em território nacional, eram angariados pelo grupo através de complexos esquemas nos países de origem, com a promessa de fornecimento de um conjunto de serviços, tais como obtenção de contratos de trabalho, Número de Identificação Fiscal, Número de Identificação de Segurança Social, Número de Utente do SNS (Serviço Nacional de Saúde, tradução e certificação de registos criminais, abertura de contas bancárias, atestados de residência, entre outros», segundo relato da Judiciária.

A “Operação Gambérria” mobilizou cerca de 200 elementos da PJ, dois Juízes, uma Procuradora da Republica e representantes da Ordem dos Advogados, unidades de contraterrorismo, informática, financeira e contabilística, armamento e segurança e laboratório de Polícia Científica, combate à corrupção, ao cibercrime e criminalidade tecnológica, e a Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo,

O Gabinete de Recuperação de Ativos do Centro arrestou seis imóveis, dois prédios rústicos e quatro urbanos, destes uma vivenda e três apartamentos e foram congeladas 35 contas bancárias, duas contas de utilizador de jogos online e uma de cripto-ativos.

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