A Câmara de Estarreja pede a intervenção «urgente» do governo no Baixo Vouga Lagunar onde as cheias ocorridas este mês provocaram danos que comprometem terrenos agrícolas e a acessibilidade aos mesmos, bem como o equilíbrio ambiental de uma extensa área inserida na Zona de Proteção Especial (ZPE) da Ria de Aveiro.
A autarquia dá conhecimento da situação à Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos.
Numa carta enviada esta sexta-feira, o Presidente da Câmara Municipal, Diamantino Sabina, descreve a situação. “O rio Vouga inundou toda a sua bacia a norte, até ao rio Antuã e abriu vários rombos na margem sul do Esteiro de Canelas e na margem sul do Esteiro de Salreu, por onde água salgada invadiu (e invade) zonas agrícolas até aqui a salvo de tal situação. A circulação no acesso sul destes dois esteiros encontra-se atualmente interrompida com os acrescidos incómodos e prejuízos causados aos utilizadores em geral e aos agricultores em particular.
No caso do Esteiro de Canelas «não existe memória de tal envergadura em termos de estragos, sendo que cerca de 2.500 metros de margem e caminho se encontram intransitáveis e necessitados de intervenção urgentíssima de reposição de condições de circulação e impedimento de invasão de campos agrícolas por parte da água salgada».
Preocupado com o rasto de destruição deixado pelas inundações, Diamantino Sabina, adianta ainda que, também “no rio Antuã ocorreu situação idêntica na sua margem norte – o caminho desapareceu pela força da água – e na sua margem sul o estado da margem coloca em risco um conjunto de habitações ali existentes e mesmo as condições de circulação da Linha do Norte da IP/REFER.”