Quinta-feira, 24 Abril 2025
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Aumentam casos de burlas com extintores

São já vários os casos de burla envolvendo a prestação de serviços de manutenção e carregamento de extintores. Há um indivíduo identificado pela PSP e serão pelos menos quatro os envolvidos, noticia o Diário de Aveiro.

«São seis os casos que o Diário de Aveiro teve conhecimento. Quatro em cabeleireiros, em Aveiro, uma casa de produtos naturistas, na Barra, e uma farmácia em Vagos.

Além do caso noticiado na edição de ontem do Diário de Aveiro, registam-se outros. Em termos genéricos, são abordados proprietários de estabelecimentos para efectuar o carregamento periódico do extintor. Em dois casos relatados ao Diário de Aveiro, a primeira fase foi ultrapassada mas não se concretizou no pagamento facturado que, por norma, é mais elevado do que o habitual. Em vários casos chegou a ser feito o pagamento em cheque, que foram posteriomente anulados, por ser descoberta a burla.

Em vários casos as facturas são cerca de 10 vezes superior ao esperado, embora incluindo outros serviços, mas não requisitados.
Os casos assemelham-se em vários aspectos. Registam-se desde Julho, a entrega do extintor é feita no dia seguinte ao levantamento do extintor para carregar ou fazer uma revisão.

São, normalmente, dois indivíduos que fazem a primeira abordagem e um terceiro, sozinho que faz a entrega dizendo pertencer a outra empresa. A empresa que garante o carregamento é apresentada com a designação de Interchama e noutros casos fazem-se passar pela empresa à qual foi adquirido o extintor. Uma empresa em Aveiro tem recebido várias queixas de clientes seus, confirmando que, afinal, foram outros indivíduos que abordaram as vítimas e não seus funcionários.

Num dos casos a proprietária do estabelecimento esperava o habitual carregamento quando aparecem dois indivíduos «com ar duvidoso», disse ao Diário de Aveiro, perguntando pelo extintor. Questionou-os se foram chamados por uma outra pessoa ligada ao estabelecimento e responderam afirmativamente. Foi outro que fez a entrega e apresentou uma factura no valor de 116 euros, que correspondia ao carregamento e placas de sinalização da presença do aparelho.

O valor foi considerado estranho dado que o custo do carregamento é de apenas cinco euros e as placas foram apresentadas como sendo as certificadas para colocação no estabelecimento e não as que se encontravam afixadas, mas a proprietária do estabelecimento recusou-as. Por coincidência o extintor tinha sido fiscalizado recentemente e não tinha sido feito referência às placas, apenas à necessidade do carregamento.

O indivíduo não insistiu mais com as placas e apresentou uma segunda factura de 46,50 euros recebendo um cheque com esse valor. Horas depois, a proprietária ficou a saber que a vinda dos dois indivíduos não tinha sido pedida e o valor pago era exagerado.

O cheque foi entregue na sexta-feira da semana passada e anulado na segunda-feira seguinte, de manhã. A seguir, a proprietária do estabelecimento telefonou para o número que constava no autocolante que o extintor trazia. Num primeiro telefonema, disse que pretendia reclamar o valor a pagar e informar que o cheque tinha sido anulado mas que poderia emitir outro com o valor real pelo carregamento. Num segundo telefonema, a conversa da empresa foi «completamente diferente» com a ameaça de um processo-crime, alegando que tinha sido assinado um papel que não permitiria voltar atrás.

Depois desse telefonema, a proprietária do estabelecimento nunca mais teve novo contacto com a empresa.

A empresa Interchama tem um site na Internet, mas encontra-se com a «Página suspensa», mas é referenciada nas Páginas Amarelas como Interchama-Prevenção e Combate de Incêndios Lda ., actividade ligada a «Extintores de Incêndio», moradas em Lisboa e Odivelas e número de telefone.

O Diário de Aveiro contactou com a Interchama que garante enviar funcionários «totalmente identificados». Quanto às abordagens, a funcionária da empresa disse que para se fazer um serviço «não é preciso requisitar o trabalho» e, de resto, «a partir do momento em que é assinado um documento está a ser dada autorização a trazer o extintor». (Diário de Aveiro – Versão online não disponível)

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