Sábado, 5 Outubro 2024
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Assembleia acerta contas com Souto

Em noite de apreciação e votação das contas da Câmara de Aveiro relativas a 2006, aprovadas esta segunda-feira à noite, por maioria, com a abstenção do PS, foi também uma reunião da Assembleia Municipal para acertar «contas» com o anterior presidente do Executivo autárquico do socialista, Alberto Souto.

Enquanto o Executivo liderado por Élio Maia prepara um plano de reequilíbrio financeiro e relança a governação a partir deste mês, depois de conhecer o resultado da auditoria financeira – de 250 milhões de euros de dívida para a maioria PSD/CDS-PP e de 168 milhões para a oposição socialista – foi tempo de analisar o passado governado pelo PS.

Depois de ouvir o presidente da Câmara a apresentar factos negativos, 12 milhões de euros de serviço de dívida, em 2006, penhoras, um «caminho difícil, tortuoso», embora tenha anunciado que «Maio será o mês de «viragem», o socialista Carlos Candal pediu para a Câmara «sair dessa pelintrice» enquanto disse que o Executivo demonstra que «não sabe como há-de sair disto».

Mas deu particular destaque ao papel de Alberto Souto. Carlos Candal recusou que se fizesse uma «lavagem da história recente de Aveiro, dá impressão que Alberto Souto foi um criminoso» e o que conheceu foi um político com «rasgo». Disse que teve problemas, nomeadamente as «dificuldades de financiamento bancário e acréscimo de encargos do poder central» e pediu à nova Câmara «atrevimento para galvanizar a população e empresários porque se começam a lacrimejar não vem nenhum empresário para aqui».

O líder da bancada do PSD, Manuel Coimbra, admitiu que a liderança de Alberto Souto teve «aspectos bons» e «o que fez foi com a convicção que estava a fazer bem, mas a estratégia foi errada». Resumindo as intervenções sobre o anterior presidente, disse que «Alberto Souto foi cruxificado» mas já teve a sua «ressurreição».

Disse ainda que a anterior gestão do socialista «não deixa nenhum aveirense indiferente mas tiveram de o mandar embora porque foi excessivo na maneira como governou». Recusou a ideia que a Câmara é «pelintra», preferindo o conceito «honradez»

Joaquim Marques, também do PSD, admitiu obra feita mas Alberto Souto «fez desmandos» preferindo que a actual maioria deixe obra com responsabilidade».

Para Raul Martins a dívida «é preocupante mas não é dramática» para o que contribuiu, em grande parte, a construção do estádio. Foi, como disse, uma «bebedeira colectiva do Euro que todos assinámos por baixo».

O socialista admitiu que «se calhar, fomos longe demais, e a dívida resulta da obra que está, mas temos as coisas», apontando para os exemplos do estádio, centro cultural e de congressos e parque de exposições.

Élio Maia diz que a ordem é «poupar em tudo o que é possível» como tem feito, por exemplo em 2006 houve menos 4 mil horas extra, que representou uma poupança de 31 mil euros. Segundo Jorge Greno trata-se de fazer o trabalho nas horas normais, o que se fazia em período extraordinário.

Nas despesas correntes, sehgundo Élio Maia, a Câmara poupou o ano passado, quase um milhão de euros.

O vereador Pedro Ferreira diz que é necessário atrair investimento mas apontou problemas como o passivo de 20 milhões do Polis, o lease back, segundo um contrato «que é uma coisa incrível» e a «falta de estratégia económica» do anterior presidente da Câmara.

Raul Martins perguntou: se os vereadores Jorge Greno e Pedro Ferreira «têm as soluções», diminuição das despesas e aumento das receitas, reestruturação do quadro de pessoal e venda de activos, «porque é que o Executivo não lhes têm dado ouvidos?». Assim, concluiu, «adiou-se Aveiro durante um ano e meio».

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