Águeda e, eventualmente, Coimbra vão receber, até 2009, Unidades de Tratamento Mecânico e Biológico (UTMB) para acolher 360 mil toneladas de lixo que é anualmente produzido nos 36 municípios que integram a Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro (ERSUC), noticia o JN.
«As duas UTMB, que deverão entrar em funcionamento em 2009, pretendem tratar os lixos produzidos por cerca de um milhão de pessoas, resolvendo o problema gravíssimo da saturação dos aterros sanitários existentes na região.
Ontem, na reunião da Câmara de Águeda, o presidente do Executivo confirmou a construção de uma unidade mecânico-biológica no seu concelho. Gil Nadais afirmou que, enquanto autarca, não pode fechar os olhos ao problema dos resíduos sólidos urbanos e assegurou que não irá colocar qualquer entrave à instalação da UTMB em Águeda, justificando essa abertura pelo facto da obra criar postos de trabalho e não necessitar de estudo de impacto ambiental.
Ao JN, o administrador-delegado da ERSUC, Alberto Santos, afirmou que a proposta de construção das unidades mecânico-biológicas foi discutida,anteontem, em Coimbra, numa assembleia geral “muito concorrida” da empresa multimunicipal e vai ser apresentada ao Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional.
O estudo em questão, que foi solicitado à ERSUC pelo ministro Nunes Correia, é, no entanto, previsional, uma vez que precisa de ser avaliado pelo Governo, que o vai receber até ao final de Abril. E está também dependente da aceitação dos municípios em pagar a taxa estimada como “justa” para cada tonelada de lixo depositada nas UTMB.
Actualmente, as câmaras pagam 19,46 euros por tonelada de resíduos urbanos. O estudo económico da ERSUC sugere que se aumente para 50 euros, mas as autarquias só admitem, no máximo, 35 euros por tonelada.
Alberto Santos diz que se se optar apenas por uma UTMB, ela será construída em Águeda e receberá, na totalidade, as 360 mil toneladas/ano de lixo produzidas na área da ERSUC. Se a decisão recair em duas unidades, a segunda será construída na cidade de Coimbra e os resíduos serão repartidos de forma equitativa.
Sobre a localização exacta das obras, Alberto Santos recusou-se a indicar “A gestão do território é da exclusiva competência dos municípios”, argumentou.
A proposta de construção das UTMB, que resolvem o problema dos lixos até pelo menos 2022, surge como alternativa à incineração, que visava queimar os lixos de 36 concelhos. Esse projecto foi, no entanto, criticado por diversas autarquias e por várias associações de teor ambientalista, nomeadamente a Quercus.
Apesar desta alternativa apresentada, não foi excluída a hipótese de serem criados novos aterros com o intuito de receberem a quantidade de lixo cujas UTMB não podem tratar.» (JN)