O Presidente da Câmara de Estarreja, José Eduardo de Matos, pergunta: “E se não houvesse o Serviço de Urgências em Estarreja?”, na sequência da fuga de cloro que ocorreu esta segunda-feira à tarde, nas instalações da CUF – Químicos Industriais, afectando 12 trabalhadores.
O presidente do Conselho de Administração do Hospital Visconde de Salreu (HVS), Rui Crisóstomo, admitiu que se a Urgência estivesse fechada um dos pacientes poderia ter complicações graves, segundo comunicado da Câmara. Cinco operários ficaram em observação na unidade hospitalar estarrejense, o «que prova ser esta uma assistência válida», disse Rui Crisóstomo.
Dos doze trabalhadores atingidos, seis foram transportados para o HVS. Um deles foi transferido para Aveiro depois de ter recebido tratamento hospitalar nas Urgências locais. Segundo a Câmara, «ontem, houve uma resposta de proximidade a exemplo do que acontece em muitos países europeus.»
Para o autarca, «o incidente industrial de ontem veio evidenciar as especificidades de Estarreja e a necessidade de meios acrescidos para fazer face a situações complicadas, que podem envolver um número considerável de pessoas afectadas. Estarreja justifica que haja uma atenção especial».
O fecho do Serviço de Urgências do HVS previsto na Requalificação da Rede de Urgências seria um «erro lamentável da tutela», segundo José Eduardo Matos para quem a Comissão Técnica menosprezou o risco real do maior complexo petroquímico de Portugal e um pólo químico de dimensão europeia.
Para José Eduardo Matos, «ao contrário do que se passa no resto da Europa, aqui verifica-se que o Risco Industrial não é tratado com um adicional de cuidada Prevenção e não se teve em conta a dimensão do CQ», lembrando que as empresas estão abrangidas por legislação específica, nomeadamente a Directiva SEVESO II.