Os alunos conseguem “melhores níveis de desempenho, mais elevados níveis de motivação e de auto-confiança, e melhores classificações nas disciplinas” quando os Comportamentos de Cidadania dos Professores Universitários “são bem vincados”.
Por outro lado a qualidade do ensino desce quando os estudantes “não se deixam seduzir por professores que, embora simpáticos, são pouco participativos, pouco atentos à orientação prática das aulas, e que descuram a preparação e organização das lições”.
Se forem bem vincados “tende a ocorrer um incremento nos níveis de motivação e de aproveitamento dos alunos”.
Estas são as primeiras conclusões de um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro sobre os CIDOCE, da Unidade de Investigação Construção do Conhecimento Pedagógico nos Sistemas de Formação.
Mas estas conclusões ainda não são as finais. “Ainda temos que estudar e aprofundar melhor esta questão, mas já parece haver aqui razões para presumir que estes comportamentos podem induzir, nos estudantes, melhores níveis de desempenho, mais elevados níveis de motivação e de auto-confiança, e melhores classificações nas disciplinas”, segundo um dos investigadores, Arménio Rego.
Mas o grupo está convencido que o tipo de comportamento dos professores é determinante para o sucesso escolar.
“Nós entendemos que, se queremos produzir melhorias no ensino superior, temos que conferir mais realce aos comportamentos dos professores. É na relação professor-aluno que se pode actuar de uma forma mais profícua, porque os docentes são uma espécie de modelo, para o melhor e para o pior”, diz o mesmo investigador.
A investigação dura há dois anos e, recentemente, foi submetido um projecto à Fundação para a Ciência e Tecnologia, para aprofundar o conhecimento.
A investigação já envolveu 1150 inquiridos, portugueses e brasileiros, entre estudantes universitários, professores de várias universidades, e profissionais com curso superior.
O inquérito questiona quatro categorias de comportamentos de cidadania:
1. O comportamento participativo representa o grau em que o docente fomenta a participação dos alunos nas aulas, dialoga abertamente com eles, toma as respectivas ideias em conta;
2. A orientação prática respeita ao grau em que o docente faculta exemplos práticos e alerta para o sentido prático das matérias;
3. A conscienciosidade pedagógica diz respeito ao grau em que o docente expõe a matéria organizadamente, segue um fio de pensamento, prepara bem as aulas e é metódico na exposição da matéria;
4. A (des)cortesia ocorre quando o professor marginaliza os alunos de que não gosta, trata com indiferença os menos bons ou faz troça dos erros cometidos.
Entre os resultados, verifica-se que as concepções do que é “um excelente ou um fraco professor universitário são extraordinariamente similares para os três tipos de inquiridos, em ambos os países”.
Os resultados dos primeiros anos de investigação vão ser publicados em Abril, em livro com o título Comportamentos de Cidadania Docente. Na Senda da Qualidade no Ensino Superior.
Investigador Responsável
José Arménio Belo da Silva Rego
Equipa de Investigação
José Pereira da Costa Tavares
Cláudia Sofia Sarrico Ferreira da Silva
Henrique Manuel Morais Diz