O Programa de Intervenção em Competências Pragmáticas (PICP) foi desenvolvido na Universidade de Aveiro (UA) para ajudar crianças em idade pré-escolar com dificuldades em usar a linguagem para fins sociais e «tem agora provada a sua eficácia».
Segundo comunicado da UA, o PICP «proporcionou uma melhoria significativa das competências linguísticas das crianças com alterações pragmáticas, contribuindo, desta forma, para uma prática informada em evidência científica» e «os Terapeutas da Fala podem apresentar este programa às famílias e implementá-lo, sabendo que a eficácia foi estudada e está comprovada junto de crianças em idade pré-escolar, com alterações pragmáticas decorrentes de Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) e Perturbação do Desenvolvimento da Linguagem (PDL)».
O estudo de eficácia do PICP constituiu o projeto de doutoramento da Tatiana Pereira, doutoranda em Ciências da Linguagem na UA entre 2019 e 2024, com orientação de Marisa Lousada (investigadora da Escola Superior de Saúde da UA e da unidade de investigação CINTESIS.UA) e de Ana Margarida Ramalho (ESSA/CLUL). O estudo – desenvolvido, validado e testado por uma equipa de investigação coordenada por Marisa Lousada, do CINTESIS@RISE/Universidade de Aveiro, – envolveu 36 crianças com alterações pragmáticas, ou seja, com «dificuldades no uso da linguagem para fins sociais – decorrentes de Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) e Perturbação do Desenvolvimento da Linguagem (PDL)». O estudo foi implementado em jardins de infância no distrito de Aveiro. Cada criança beneficiou gratuitamente de 24 sessões de intervenção, com uma frequência bissemanal e a duração de uma hora cada. A intervenção foi realizada pela Terapeuta da Fala Tatiana Pereira, que também contou com a colaboração de vários parceiros comunicativos ao longo das sessões (outras crianças, educadores de infância, auxiliares) para potenciar a generalização de competências, bem como a promoção de atitudes favoráveis à inclusão.
Para determinar a eficácia do PICP, foram realizadas avaliações linguísticas antes e após a intervenção. Estas avaliações foram realizadas por duas Terapeutas da Fala externas ao estudo. Para além de medidas linguísticas, foram ainda aplicados questionários aos pais e educadores de infância de forma a recolher opiniões sobre a evolução das crianças, bem como o grau de satisfação com a implementação deste programa.
O artigo de Tatiana Pereira, Marisa Lousada, Ana Margarida Ramalho e Pedro Sá Couto foi, recentemente publicado na Autism e o estudo da sua eficácia constituiu o projeto de doutoramento da Tatiana Pereira, doutoranda em Ciências da Linguagem na UA entre 2019 e 2024, com orientação de Marisa Lousada (investigadora da Escola Superior de Saúde da UA e da unidade de investigação CINTESIS.UA) e de Ana Margarida Ramalho (ESSA/CLUL).

