Sábado, 12 Outubro 2024
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4 semanas confirmam história de 2500 anos

As escavações das últimas quatro semanas confirmaram a existência da ocupação do Castro de Salreu, em Estarreja, há cerca de 2500 anos, na Idade do Ferro. Há cinco séculos havia «casas redondas, de pedra, com coberturas vegetais. Era um povoado que, à chegada dos romanos, provavelmente foi abandonado. Podemos imaginar todo este topo do monte cheio de casas, pessoas, animais, atividades profissionais, teares, fornos, como uma aldeia», segundo António Manuel Silva, presidente do Centro de Arqueologia de Arouca.

«Havia alguma vegetação natural, carvalhos, castanheiros, mas sobretudo casas redondas, de pedra, com coberturas vegetais. Um povoado proto-histórico, pré-romano, com uma área doméstica, residencial e com estruturas de limitação com funcionalidades, entre outras, defensiva».

«Agora proliferam eucaliptos e floresta», segundo comunicado da Câmara. O vereador da Cultura, João Alegria diz que «consolida as descobertas do ano passado» e considera que as expectativas foram «superadas e vieram reafirmar a relevância histórica deste sítio, bem como o potencial para se tornar num centro de referência ao nível da arqueologia neste período pré-romano e na zona à volta da foz do Antuã».

O arqueólogo Gabriel Pereira acrescenta que junto à costa não existem muitos sítios como estes e Salreu é um “caso paradigmático”.

A muralha de xisto encontrada, que teria dois a três metros de altura e serviria igualmente para delimitar a aldeia. “Viviam umas centenas de pessoas e existiam dezenas de casas”, segundo António Manuel Silva. Com um carácter exclusivamente indígena.

Há fragmentos de «cerâmicas, escória e outros restos de fundição, cerâmicas decorativas que seriam de potes e taças, duas contas de colar e um curioso objeto que os arqueólogos pensam ter servido como peso de tear ou de suporte de cobertura das habitações», diz a arqueóloga Sara Almeida e Silva.

Começam a aparecer ruínas que as pessoas vão gostar de ver restauradas, musealizadas e assim perceber como se vivia aqui há mais de dois mil anos, diz António Manuel Silva. Gabriel Pereira acrescenta que junto à costa não existem muitos sítios como estes e Salreu é um “caso paradigmático”.

Sob orientação de arqueólogos do Centro de Arqueologia de Arouca, os trabalhos realizados com o apoio da Câmara Municipal de Estarreja tiveram mais uma vez associado um programa de voluntariado que reuniu participantes não só do concelho, como de municípios vizinhos e de Espanha e Brasil.

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