Os edifícios do centro histórico de Aveiro são objecto de estudos de alunos e investigadores do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro, em colaboração com a Câmara Municipal para «promover a reabilitação do património como uma hipótese viável, sensibilizando assim potenciais intervenientes».
Aníbal Costa, da Universidade de Aveiro, um dos coordenadores desta parceria diz que se pretende «desenvolver técnicas e conhecer os materiais usados, permitindo assim a realização de obras económicas e eficazes. «Hoje em dia não há tempo para parar e pensar, a construção civil é uma indústria», afirma ao ua_on line.
A Câmara tem alertado os investigadores da Universidade «acerca de oportunidades de estudo e requer pareceres, mas também acolhe propostas». Por exemplo, a edilidade requisitou o auxílio do Departamento de Engenharia Civil na reabilitação da cobertura da zona do altar da Sé de Aveiro e do Museu de Aveiro, e participou em duas demolições controladas, em 2007.
A demolição é uma operação com valor. «Através das demolições controladas, quando já não há alternativa, podemos obter muitos dados sobre o comportamento das construções», segundo Aníbal Costa. «Estes estudos têm particular importância na medida em que as construções em causa eram parcialmente feitas de adobe, um elemento composto de terra e cal, que se estima fazer parte de 25 a 40 por cento dos edifícios do distrito. Como caiu entretanto em desuso, o que está em causa é o património da região».
Alunos da cadeira de Patologia das Construções (leccionada pelo Prof. Aníbal Costa) estudaram construções na zona da Avenida Lourenço Peixinho, nomeadamente em termos de estruturas e materiais, avaliando-as.
Entretanto, encontra-se em desenvolvimento uma tese de Mestrado «que irá juntar todos os dados recolhidos, de forma georeferenciada e no futuro, a investigação poderá dar origem a que no sítio da CMA se possam visualizar as fichas completas das casas».
Segundo o ua_on line «a execução destes trabalhos permite que facilmente sejam executados orçamentos de reabilitação, bem como reduzir enormemente o tempo gasto na fase de estudo. «O grande problema da reabilitação é que quando queremos estudar o edifício não se sabe nada sobre ele», segundo Aníbal Costa.
A partir desta actividade, o Departamento de Engenharia Civil tem produzido vários artigos científicos, nomeadamente «sobre a resistência de materiais, ao mesmo tempo que se relaciona com a comunidade. «Temos um papel muito importante na interacção com o exterior. O saber e os investigadores, que além da teoria têm muita experiência prática, estão cá dentro», conclui.
