Os Municípios de Estarreja, Aveiro e Albergaria-a-Velha querem reunir com os Ministros da Agricultura e do Ambiente para a definição de urgentes passos para a concretização do Projecto de Desenvolvimento Agrícola do Baixo Vouga Lagunar, iniciado há mais de duas décadas, mas que se encontra parado há vários anos e conseguir a classificação de PIN – Projecto de Interesse Nacional.
Os presidentes das três câmaras entregaram ao Governador Civil de Aveiro, Filipe Neto Brandão, o dossier que defende o «premente reinício do projecto».
Numa exposição aos Ministros da Agricultura, Jaime Silva, e do Ambiente Francisco Nunes Correia, dizem que que «a não conclusão das infra-estruturas previstas poderá pôr em risco ou tornar inúteis uma série de elevados investimentos já realizados».
As «consequências desastrosas» são o «abandono do dique já construído (4 kms)» e a «perda de milhares de hectares dos mais férteis campos agrícolas e dos mais ricos do ponto de vista ambiental (como comprova o Projecto BioRia)».
Enquanto o projecto não avança, alertam, vai-se assistindo «à constante degradação da área, resultante da invasão da água salgada».
Informação das três câmaras
«O Baixo Vouga Lagunar é uma zona de grande valor agrícola e ambiental da qual depende um grande número de agricultores e famílias (cerca de 4.000 explorações agrícolas) e onde se podem encontrar importantes ecossistemas que são suporte de várias espécies, algumas das quais protegidas, integrando a Rede Natura 2000 – Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro.
O projecto contempla a defesa e conservação de 3.000 ha de solos agrícolas, pertencentes aos municípios de Estarreja, Aveiro e Albergaria, contribuindo para impedir o sucessivo abandono de terrenos extremamente férteis e consequente desaproveitamento económico de produção, gerando impactos negativos ao nível social e ambiental, como reiteradamente sublinhado pela Associação de Beneficiários do Baixo Vouga, entidade que congrega os interesses dos milhares de proprietários e agricultores envolvidos, verdadeiros “actores” e gestores de um espaço e de uma actividade agrícola que se pretende viabilizar como forma de se preservar e promover o ambiente».