Desta vez cabe a Albergaria-a-Velha perder uma das suas unidades produtivas de referência, no ramo das confecções, num quadro de crise que, após vários avanços e recuos, chega ao fim, de forma dura e dramática, noticia o Diário de Aveiro.
«As cerca de 144 trabalhadoras da Synfiber – Confecções, Lda., sedeada na Zona Industrial de Albergaria-a-Velha desde Maio de 1988, tiveram um amargo dia pós-Carnaval, ao serem informadas que a empresa vai encerrar a laboração no último dia deste mês. A falta de encomendas, face à concorrência asiática, levaram os responsáveis da empresa a tomar esta decisão, que foi comunicada às trabalhadoras de uma fábrica que já foi o maior empregador da mão-de-obra feminina da zona Centro, quando, há cerca de uma década, contava com 300 mulheres e meia dúzia de homens.
De então para cá, a empresa tem vindo a agonizar e agora resta confeccionar as 1.200 peças da derradeira encomenda angariada. Grande parte da produção da Synfiber sempre se destinou ao mercado externo, em função da política seguida pelas várias administrações, ligadas à Noruega, onde a empresa-mãe tem a sua sede.
Ao que foi possível apurar, é intenção pagar todos os direitos aos funcionários, devendo parte do sector administrativo manter-se em funcionamento, a fim de encerrar os vários «dossiers» da empresa.
Grande parte das trabalhadoras, que representam 98 por cento da mão-de-obra, embora já fossem adivinhando este desfecho, mostram-se surpreendidas e sobretudo preocupadas, pois boa parte do sustento das suas famílias depende do vencimento que recebiam na empresa e que, na maior parte dos casos, ronda o salário mínimo nacional.
Uma reunião realizada ontem nas instalações da empresa, em que estiveram presentes representantes do sindicato do sector, serviu para confirmar os factos relatados na véspera aos funcionários, pelo que nada de novo foi avançado nessa reunião. Para a próxima quarta-feira está marcada uma outra reunião, entre a administração da Synfiber e as trabalhadoras, onde serão dadas informações mais precisas acerca do processo de falência da empresa, que é irreversível.» (Diário de Aveiro)