O socialista Raul Martins, membro da bancada do PS na Assembleia Municipal de Aveiro, disse na noite desta segunda-feira que o destino final do saneamento está a ser dirigido para a ria e não no mar, ao contrário do plano intermunicipal de recolha, tratamento e destino final de esgotos domésticos.
Raul Martins, ex-presidente do Conselho de Administração da Administração do Porto de Aveiro (APA) desafia Fernandes Thomaz, presidente da SIMRIA, empresa que gere o sistema, a desmentir que de facto, o destino final não é o mar. Segundo Raul Martins o que está a acontecer, é o despejo na ria e não pelo exutor submarino, ao largo de S. Jacinto.
O presidente da Câmara, Alberto Souto, disse que o administrador da SIMRIA devia ser afastado, respondendo assim à intervenção de Manuel Coimbra, do PSD, que apontou para o despejo de efluentes no esteiro de S. Pedro, junto à Universidade. Alberto Souto respondeu que a culpa é do Governo por não ser possível chegar a acordo para ligação da estação de tratamento ao sistema
Aveiro, Águeda, Oliveira do Bairro, Estarreja, Ílhavo, Mira, Murtosa, Ovar, Sever do Vouga e Vagos são os município servidos pela SIMRIA.
Raul Martins antecipa a reacção de Fernandes Thomaz afirmando que o administrador da SIMRia irá dizer que o socialista estará a fazer um “desafio leviano”.
Segundo Fernandes Thomaz, o problema de uma microruptura na conduta subaquáttica encontra-se em reparação
A expressão “desafio leviano” foi usada por Fernandes Thomaz quando em Dezembro de 2004, Raul Martins disse que “o futuro (da ligação ferroviária ao Porto de Aveiro) está comprometido (…) devido a um presidente da SIMRIA que deu a machadada final (…) criou condições para o traçado da ligação ferroviária ser obrigado a respeitar determinados normativos que a inviabilizam economicamente, ao exigir um afastamento mínimo de 15 metros” em relação ao emissário do efluente, que passa ao lado do traçado previsto para a ferrovia.
Essa distância, segundo Raul Martins “atira a ferrovia para o meio das marinhas criando problemas ambientais muito graves” além de que pelas salinas aumentam os custos devido à necessidade de construção de um traçado ferroviário elevado.
Esta declaração, em Dezembro de 2004, surgiu pouco dias depois do presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves, ter anunciado a aprovação do Estudo de Impacte Ambiental da ligação ferroviária.
Em declarações recentes ao Diário de Aveiro, Braga da Cruz, presidente da APA disse que, devido à necessidade de alteração do projecto da ligação ferroviária terá de haver um novo Estudo de Impacte Ambiental
Também em Dezembro, o presidente da Câmara de Aveiro, Alberto Souto, mostrava-se preocupado que, “ao fim de três anos, com este Governo em funções (do PSD/CDS-PP), o projecto tenha marcado passo e ainda por cima com estas nuvens sobre a sua concretização”.