A Direcção do Núcleo Regional de Aveiro da Quercus – ANCN dá dois exemplos do lançamento na Ria de Aveiro de esgotos domésticos sem tratamento.
Em comunicado difundido este domingo refere que “os esgotos de uma das mais importantes e recentes urbanizações – Sá Barrocas – ainda vertem directamente para o Canal de S. Roque, ou ainda o caso da ETAR municipal localizada no Esteiro de S. Tiago no qual são crónicos os casos de despejos directos para o Esteiro pois, muitas vezes, a mesma não funciona devidamente”.
A Quercus visitou recentemente e ETAR Norte e verificou que, “as infra-estruturas estão a funcionar muitíssimo abaixo das suas capacidades, ou seja, o investimento efectuado encontra-se actualmente bastante desaproveitado, sendo assim lamentável o atraso na resolução do problema do tratamento dos esgotos domésticos, muitos dos quais continuam a ser despejados directamente na Ria”.
No comunicado, o Núcleo Regional conclui que os investimentos feitos para tratamento dos efluentes estão desaproveitados para além dos munícípes pagarem um serviço que não é prestado.
Devido às consequências nefastas, quer para a Ria, quer para a saúde pública, foram criadas inicialmente as ETARs Municipais, que visavam o tratamento dos esgotos. Porém, como é do conhecimento público, “as Estações de Tratamento de Águas Residuais, que visavam o tratamento dos esgotos, muitas vezes não funcionavam em condições, persistindo, assim, o problema”.
Quanto ao Sistema Multimunicipal de Saneamento da Ria de Aveiro (SIMRIA) que a Quercus julgava tratar-se de “uma solução conjunta para a colecta, tratamento e destino final dos efluentes da Ria de Aveiro”, constatou que não é funciona.
Contudo, também verifica que os munícipes paguem a factura do tratamento dos s efluentes domésticos mas “os esgotos continuam a ser lançados nos canais da Ria de Aveiro”.
A Quercus exige “que as partes envolvidas cumpram com as suas obrigações e sirvam os munícipes” e faz três perguntas “aos senhores políticos responsáveis por esta cidade:
– porque é que em Aveiro se continua a despejar os esgotos na Ria uma vez que existem meios para o seu tratamento?
– para onde vai o dinheiro que os munícipes pagam por um serviço, a tarifa correspondente à utilização de saneamento, se ele não é efectuado convenientemente?
– porque é que os interesses dos munícipes, saúde pública e preservação ambiental não são tidos em consideração pelas entidades competentes?
– até quando se vão continuar a assumir compromissos apenas para a fotografia?”.
