O PS de Aveiro diz em comunicado difundido esta segunda-feira que «utilizará todos os mecanismos que estiverem ao seu alcance para impedir a efectivação de um erro que hipotecará a gestão da Água como recurso estratégico», referindo-se ao plano de criação da empresa que vai gerir a distribuição de água e rede de saneamento em baixa.
Para os socialistas foi «leviana a forma como este ponto foi agendado para votação, nomeadamente sem fornecer aos Vereadores do PS a documentação que suporta a proposta», referindo-se à ordem de trabalhos da reunião de Câmara desta segunda-feira cuja ordem de trabalhos previa a votação do contrato de parceria com o Estado, através da empresa Aguas de Portugal (AdP) para implementação da nova gestão.
O ponto fazia parte da ordem de trabalhos das reuniões de 10 municípios. Em Aveiro o ponto foi adiado. Os vereadores do PS alegaram falta de informação para votar.
Segundo o PS, «a criação desta empresa, vai fazer aumentar os preços a pagar pelos Aveirenses em valores muito significativos» referindo-se ainda à preocupação «com o que vai acontecer aos trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Aveiro, que aliás, não foram ouvidos neste processo, e cujo destino se desconhece. O PS considera no mínimo estranha a forma apressada e secreta como esta Câmara pretendeu tomar esta decisão». Diz que faltou um «debate transparente, envolvendo toda a sociedade civil, sem esquecer os trabalhadores dos Serviços Municipalizados».
O PS de Aveiro defende a colaboração inter-municipal mas não soluções que «não garantam uma distribuição custo/beneficio que seja justa e equitativa» assim como defende a descentralização de competências mas não «entende que não se equacione, sequer, a hipótese de uma participação maioritária dos municípios». No caso, 51 por cento do capital é da AdP e 49 dos municípios.
Sobre a maioria PSD/CDS-PP, «regista mais uma vez, que este executivo prescindiu de liderar mais um dossier estruturante para o futuro dos Aveirenses, sendo manifesta a sua incapacidade para defender o seu interesse colectivo».
Segundo análise do PS, o concelho tem uma taxa de cobertura de saneamento na ordem dos 97% e de distribuição de água de 100%; um investimento de dezenas de milhões de euros, resultados líquidos positivos e activos cujo valor é substancialmente superior ao que tem vindo a ser divulgado como base de negociação e é quase auto-suficiente em termos de captação de água.
