No actual mandato da maioria PSD/CDS-PP, nunca foram tão longe as críticas dos dois partidos da coligação à anterior governação do socialista Alberto Souto, quando na noite desta segunda-feira, os social-democratas falam em caso de Polícia e os populares sugerem «burla qualificada ou incumprimento do contrato».
Perante um terreno adquirido e pago à Câmara mas cuja escritura não chegou a ser feita, mas que agora a autarquia irá pagar uma indemnização de cerca de um milhão de euros, o líder da bancada do PSD, Manuel Coimbra, falou em caso de Polícia e Jorge Nascimento, do CDS-PP, admitiu como possibilidade para qualificar aquele acto como «burla qualificada ou incumprumento do contrato . «Um jurista do Ministério Público não hesitaria entre a burla qualificada ou o incumprimento do contrato?», perguntou Jorge Nascimento.
O social-democrata descreveu o tipo de gestão de Alberto Souto, tendo o caso do terreno como exemplo. «Não tenho dinheiro, mas vou continuar a investir, o dinheiro há-de aparecer para continuar a vender e para continuar a comprar». Se a câmara usou o terreno que já tinha vendido para ir buscar dinheiro através de uma hipoteca, isto «devia ser um caso de Polícia, para mim é roubar os cidadão, não sou jurista, posso não estará a usar os termos correctos, mas a Câmara vendeu um terreno que já não tinha, hipotecou e gastou o dinheiro da hipoteca para fazer benesses e sei lá quê». Manuel Coimbra comparou a uma pirâmide tipo Madoff com «pés de barro».
Na bancada do PS, Pires da Rosa desafiou os autores destas intervenções a concretizarem o que tinham dito. Dirigindo-se a Manuel Coimbra disse que «tem obrigação de fazer a denúncia, sob pena de não estar a cumprir as suas funções».
Sobre a declaração de Jorge Nascimento, Pires da Rosa disse que se «tem dúvidas (entre burla qualificada e incumprimento do contrato) tinha obrigação de fazer uma participação»
Para Élio Maia, os socialistas conseguiram «desviar a atenção do que estava em causa».
