«Esta homenagem (a Carlos Candal) pode não ser mais do que lágrimas de crocodilo», disse o líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Aveiro, Manuel Coimbra, traduzindo assim o abandono de todos os elementos da bancada socialista dos trabalhos desta segunda-feira à noite, que se dirigiram para uma homenagem ao falecido marcada para o mesmo dia da sessão daquele órgão autárquico.
A saída dos socialistas da sala, incluindo os vereadores do Executivo, só não foi criticada pelas bancadas do PCP e do Bloco de Esquerda.
Manuel Coimbra disse ainda que se trata de uma «encenação do PS de Aveiro»
O abandono dos trabalhos deveu-se à opção dos socialistas em participarem numa assembleia de militantes na sede de candidatura do PS às autárquicas O secretário da Mesa da Assembleia, Manuel Prior, disse que a convocatória para a sessão desta segunda-feira foi redigida a 16 de Junho, seguiu para os Correios no dia seguinte, 17 de Junho, e Carlos Candal faleceu no dia 18, concluindo que o encontro do PS foi marcado depois da convocatória da sessão da Assembleia.
O presidente da Câmara, Élio Maia, considerou que o abandono da sala dos socialistas revelou uma «postura desrespeitosa do presidente do PS (Raul Martins), tem a ver com o tal PS, com desrespeito com a Assembleia Municipal, com cada um (dos vogais), pela Mesa e pelos eleitores que, sem qualquer motivo, se ausentaram».
Ao agendarem uma homenagem a Carlos Candal «no mesmo dia da Assembleia, parece que foi intencional, é a pior forma de partidarizar».
Miguel Fernandes, líder da bancada do PP, considerou a saída do PS da Assembleia um «gesto anti-democrático».
Considerando que «a memória dos que partem tem de ser respeitada» disse que houve um «aproveitamento político de certos acontecimentos para tentar levar a um porto qualquer o seu discurso».
Concluiu dizendo que «alguém que faz um aproveitamento de um facto e faz eleitoralismo não é digno de pertencer à democracia».