A crise que se está a viver no sector da construção civil é a responsável pela dificuldade de escoamento de areias que estão depositadas junto aos terminais Norte e Sul do porto de Aveiro, provenientes de dragagens feitas na área portuária, noticia o JN.
«Segundo o presidente da Administração do Porto de Aveiro (APA), “estamos a vender um quarto da quantidade de areia que vendíamos há três anos”.
José Luís Cacho admitiu, ao JN, que entre dois a três milhões de metros cúbicos de inertes encontram-se depositados e adiantou que a solução para não aumentar ainda mais o volume de inertes depositados passa pelo aproveitamento de areias, em futuras dragagens, para reforço do cordão dunar de algumas praias.
O depósito de areias, na zona portuária, situada junto à Gafanha da Nazaré, Ílhavo, foi motivo de preocupação de alguns elementos da Assembleia Municipal de Ílhavo num programa da Rádio Terra Nova.
José Alberto Loureiro, do PCP salientou que, em dias de vento, a circulação das areias afecta aquela cidade, tendo Teresa Paula, do CDS/PP, defendido que sejam tomadas medidas para acabar com as poeiras que afectam a população.
O presidente da Administração do Porto de Aveiro adiantou, ao JN, que a administração portuária não é insensível ao problema, lembrando que, no último ano, 200 mil metros cúbicos de areia, provenientes de uma dragagem, foram depositados a Sul da Costa Nova para reforço do cordão dunar.
“Mas não podemos fazer mais nada. A areia não se vende e não podemos transferir parte da que está depositada para reforço das praias porque isso tem custos muito elevados”, salientou José Luís Cacho.
“Para evitar que o depósito aumente mais, a solução passa pela transferência directa de areias das dragagens para as praias”, referiu o responsável pela APA.
José Luís Cacho adiantou, que para o próximo ano, está prevista uma nova dragagem na zona portuária, da ordem de um milhão de metros cúbicos de areia, uma iniciativa dos Institutos da Água e do Marítimo e Portuário.
“Essa areia não vai para depósito”, assegurou o responsável pela APA.» (JN)