F.S. Costa, que se encontra em prisão domiciliária, arguiu que «bebia muito, não sabia o que fazia, porque estava inconsciente e não tinha noção do perigo que estava a criar»», noticia o Diário de Aveiro.
«Os incêndios ocorreram a 12 de Abril, 5 de Julho e dois a 27 de Agosto. Explicou que o local onde ateava o fogo com um isqueiro ficava a cerca de 100 metros de sua casa e que depois fugia e «ia para casa descansar».
No entanto, os vizinhos, que nunca o viram atear fogo, mas sim a fugir depois das chamas começarem a lavrar, testemunharam que F.S. Costa «ainda ajudava os bombeiros a apagar o fogo». Afirmaram ainda que já há muito desconfiavam que era F.S Costa que incendiava a mata porque «ele próprio o dizia».
«Tentávamos que mudasse de ideias, mas o problema foi a segunda mulher que o deixou», afirmou um dos vizinhos. Entre as explicações encontradas para estes actos, uma das vizinhas apontou «causas sobrenaturais». «Tenho para mim que não era só vinho, eram também coisas dos espíritos do além e do diabo que atacam as pessoas mais fracas», afirmou, levando Ministério Público (MP) a concluir logo ali a sua inquirição.
Nas alegações finais MP considerou como atenuantes a confissão e o tratamento ao alcoolismo efectuado pelo arguido no Hospital de Aveiro e pediu uma condenação «próximo do mínimo legal». Já a defesa optou por pedir a suspensão da pena.
Terminada a inquirição às testemunhas de acusação, a advogada de F.S. Costa pretendia ouvir as testemunhas que tinha arrolado para defesa do seu cliente. O problema é que as testemunhas eram as mesmas arroladas pela acusação e a causídica «teve oportunidade de as interrogar e não o fez», por isso a juíza presidente pediu que prescindisse delas, para não ter de voltar a chamá-las, o que foi aceite.
Antes de se iniciar a sessão F.S. Costa, que se encontra sob vigilância electrónica, foi chamado para explicar porque é que continuava a sair de casa sem autorização do tribunal, violando a prisão domiciliária a que está sujeito. O arguido terá respondido que «se sentia muito sozinho em casa» e para «aliviar a cabeça até foi ver o Carnaval». (Diário de Aveiro)