A presidente da Associação de Defesa Ambiente Cacia Esgueira (ADACE), Rosa Maria Pratas Melo, afirma em comunicado que ficou «surpreendida e perplexa» com a candidatura da Ria de Aveiro, promovida pela Região de Turismo da Rota da Luz, à eleição das Sete Maravilhas Naturais do Mundo.
A presidente diz que «os problemas de poluição são tantos e por resolver que, certamente apenas a questão foi direccionada para o aspecto lúdico, desportivo e económico, uma vez que do ponto de vista ambiental os sucessivos governos há muitos problemas de consciência».
A presidente conta dois casos: «Ainda recentemente passando no canal central, junto ao Fórum, verifiquei que saía de um cano de esgoto uma quantidade de efluente que provocou uma enorme mancha amarelada e com espuma abundante».
Outro caso: «Durante o passado verão fui fazer um passeio de barco pela Ria. Comprei o meu bilhete na sede da Rota da Luz, e lá fui à aventura com duas dezenas de turistas, entre eles alguns estrangeiros e confesso que no fim da viagem senti pena de ser portuguesa, achei inaceitável a forma como este decorreu. O percurso é simplesmente degradante. Há restos de obras, plásticos, entulho de vária ordem, monstros urbanos, brindando-se ainda o cliente com o pior que a Gafanha tem para oferecer: cais escuros e degradados e sucata».
Em termos dos efluentes admite que o projecto intermunicipal da SIMRIA «deu um contributo significativo, o facto é que a mentalidade da população, em termos ambientais, mudou muito pouco.