“Tem de haver cedências da Câmara para criar condições ao nosso regresso (ao mercado Manuel Firmino), tais como não exigirem o pagamento do espaço através de licitação”, noticia o JN.
A exigência é de João Sousa, mas estende-se aos restantes 140 vendedores que pretendem regressar ao mercado Manuel Firmino, que dispõe de apenas 60 lugares. Actualmente a maioria destes agricultores vende os seus produtos no mercado de Santiago onde, garantem, não têm condições para trabalhar, já que “a esmagadora maioria tem de ter as bancas na rua, à chuva e ao vento”, acrescenta.
Para assegurar o regresso ao Manuel Firmino, uma delegação de agricultores entregou, ontem, um abaixo-assinado ao vereador responsável pelo pelouro dos Mercados e Feiras. Albino Silva, da Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA), diz que o regresso “é uma questão de justiça para com os vendedores”, uma vez que “saíram com a promessa de que voltariam a ter as suas bancas neste mercado”.
Mas se há vendedores que garantem querer regressar, há também quem diga que não se importe de ficar em Santiago. “Se cobrarem mais pelo espaço e se nos obrigarem a ter a banca aberta todos os dias, prefiro não voltar. Somos nós que produzimos os produtos que vendemos e, por isso, não podemos estar no mercado todos os dias”, diz Adérito Oliveira, vendedor.
O vereador Carlos Santos admite que o novo Mercado Manuel Firmino “não tem espaço para os cerca de 140 vendedores” e que a Câmara está a tentar resolver a situação. “Existe espaço para 60 vendedores, entre bancas e quiosques, que serão postos a concurso para serem adquiridos pelos vendedores. Mas milagres não podemos fazer”, acrescenta.
Ao contrário do que acontece no Mercado de Santiago, “neste não há hipótese de venderem ao ar livre. Por isso, vamos reunir novamente para apresentarmos novas propostas para tentar resolver este problema”, sublinha.
Uma das soluções pode passar, segundo Carlos Santos, “por rentabilizar o Mercado de Santiago, criando melhores condições para os agricultores venderem os seus produtos”.
Ainda de acordo com o vereador, o Mercado Manuel Firmino deverá abrir as portas “antes do final do Verão”.
