Quinta-feira, 23 Janeiro 2025
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Mulheres pedem fim da discriminação

A discriminação salarial e profissional entre mulheres e homens afecta «muito particularmente as mulheres dos sectores da Cortiça e do Calçado», segundo comunicado distribuído esta segunda-feira pela União de Sindicatos de Aveiro /CGTP, no seguimento da campanha distrital sob o lema «Discriminação entre Mulheres e Homens, NÃO!», desenvolvida pela sua Comissão Mulheres.

Aquela comissão apela ao fim da «discriminação salarial e profissional entre mulheres e homens e que seja garantido às mulheres, iguais oportunidades de tratamento no trabalho e no emprego, de acordo com a Lei e a Constituição do País».

As propostas feitas pelos sindicatos «não têm tido acolhimento por parte das associações patronais», segundo o mesmo comunicado.

No sector da Cortiça a diferença de salários é de 99 euros mensais, ou seja, um quinto do salário que auferem, em média de 500 euros
Segundo a organização de sindicatos, «um jovem rapaz com 18 anos é admitido com um salário de 485 euros, neste sector, enquanto uma jovem com 18 anos é admitida com um salário de 396,35 euros».

No calçado, as operadoras de costura de 2ª têm um salário de 425 euros e os homens, normalmente com a categoria de operadores de Corte ou Montagem, um salário de 490 euros.

Segundo a USA, em muitas situações as tarefas de corte ou montagem a são desempenhadas pelas operadoras de costura sendo que o contrário não acontece. Assim fica ainda mais inexplicável a que se deve esta diferença de salário de 65 euros».

Os sindicatos chamama a atenção que «estas discriminações reflectem-se em todas as prestações sociais seja na Maternidade, na Doença, no subsídio de Desemprego ou na própria pensão de reforma das mulheres.

As mulheres representavam em Outubro último 63% dos desempregados no distrito de Aveiro.

Há ainda outros sectores com «contratações selectivas para determinados lugares em função do sexo ou encontramos nas chefias homens enquanto são as mulheres a maioria dos trabalhadores».

A situação mostra, segundo a Comissão, que «o país, para além de afirmar uma imagem de desprezo pelos mais elementares direitos das mulheres trabalhadoras, perde economicamente com esta realidade. Perde em receita fiscal e em receita para a Segurança Social. Perde na maior capacidade que estas mulheres teriam para enfrentar os seus problemas. Perde porque os filhos destas mulheres, estão mais sujeitos a engrossar as fileiras do insucesso e o do abandono escolar».

A Campanha recolheu 5.000 assinaturas, afixou faixas, organizou bancas de rua e até final do ano, a comissão irá reunir com o Governador Civil de Aveiro, com os Grupos Parlamentares da Assembleia da República e associações patronais para «discutir e a reclamar a sua intervenção nestas situações».

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