António Granjeia, presidente do Galitos, disse ontem que o protocolo com a Câmara de Aveiro «existe e está a ser cumprido pelo clube», noticia o Diário de Aveiro.
«O acordo já foi aprovado em reunião camarária mas ainda não foi assinado entre as duas instituições. «Essa é uma questão meramente burocrática que não é da responsabilidade do clube», adiantou António Granjeia.
O Galitos reclama do município o pagamento de uma dívida de 95 mil euros, entre subsídios e prestação de serviços.
O presidente do clube disse, na terça-feira, em conferência de imprensa, que existe um protocolo que compromete a autarquia a atribuir uma comparticipação mensal ao clube. No entanto, «o município não tem honrado o acordo», denunciou.
O dirigente revelou que o último subsídio liquidado pela Câmara de Aveiro, já no actual mandato, data de Novembro do ano passado. O executivo liderado por Élio Maia pagou os montantes em atraso entre Março e Novembro de 2005, mas os restantes meses continuam por regularizar.
No dia seguinte, o vereador que tutela o pelouro do Desporto, Jorge Greno, negou a dívida, uma vez que o contrato-programa aprovado em reunião da Câmara «ainda não foi assinado».
Segundo o autarca, o anterior protocolo, que expirava em Novembro do ano passado, foi «totalmente cumprido».
O novo contrato terá efeitos retroactivos, o que significa que, quando for celebrado, tornará a autarquia devedora do Galitos, salientou.
Em declarações ao Diário de Aveiro, o vereador advertiu para os problemas financeiros da autarquia como explicação das dificuldades de pagamento às instituições.
«Só há uma Câmara e uma tesouraria, e credores de vários tipos, entre os quais os clubes», afirmou, acrescentando: «A Câmara vai pagar as verbas relativas aos contratos-programa quando tiver disponibilidade financeira para o fazer e de uma forma equitativa pelos clubes, para não haver filhos e enteados».
«A Câmara não pode estar preocupada com a gestão dos 70 clubes do concelho, mas vai procurar honrar os compromissos que tem, dentro da situação difícil que é de todos conhecida», adicionou.
Ontem, em declarações à rádio Aveiro FM, António Granjeia voltou a lembrar que o município deve «fazer cumprir o protocolo». «Foi aprovado em reunião de Câmara e portanto existe. Falta assinar, o que é uma questão meramente burocrática», vincou, sublinhando que o novo acordo deveria ter sido assinado «no final do ano».
O presidente da agremiação desportiva alertou na terça-feira que o não pagamento dos 95 mil euros afecta as actividades do clube, que poderá ser obrigado a reduzir «ao mínimo» a sua acção.
Além de estar na condição de devedor face a outras instituições, o Galitos já não dispõe de «reservas financeiras para iniciar a próxima época ao nível do trabalho e dos resultados realizados nos últimos anos», disse.
O remo é a modalidade «com mais constrangimentos», apontou na altura António Vieira Nunes, vice-presidente do clube com o pelouro desportivo.
As dificuldades do Galitos agudizaram-se no ano em que os «galináceos» alcançaram «os melhores resultados desportivos das últimas décadas», ajuizou António Granjeia. «O mérito desportivo não está a ser premiado», concluiu. (Diário de Aveiro)