A publicação esta segunda-feira em Diário da República do Decreto-Lei 316 que estabelece o regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial poderá abrir alguma possibilidade da Câmara de Aveiro propor a alteração do plano para a zona Polis na antiga Lota de Aveiro de forma a propor a inclusão, nomeadamente do remo do Clube dos Galitos, mas a autarquia não garante que avance nesse sentido.
Paulo Anes, da bancada do PSD, disse esta segunda-feira à noite na reunião da Assembleia Municipal, que a nova legislação permite «procedimentos mais céleres e expeditos» e o presidente da Câmara, Élio Maia, afirmou que «deixou de existir o papão» que estendia por «6, 10 anos», uma alteração do plano, mas não tem que a certeza que a alteração legal permita uma «agilização» nesse sentido.
O posto náutico da secção de remo do Clube dos Galitos encontra-se na zona da antiga Lota e em risco, dado o avanço das obras de requalificação da zona. Para Élio Maia tudo depende da agilização dos processos e a lei pode não deixar avançar no que respeita a processos de alteração. De qualquer forma, o presidente não se mostrou muito receptivo a apoiar uma alteração do plano para a antiga Lota de forma a receber os Galitos. «A organização da zona teve discussões deliberações e ao fim de tanto tempo é que o problema se coloca. Deveria ter sido noutra altura, numa fase inicial», disse,
Contudo, reafirmou que o remo terá «acesso à água e será mantido o
diálogo para garantir a melhor solução».
O socialista Carlos Candal tem uma opinião diferente. «Seria bom que se mexesse no plano para acautelar a situação dos Galitos», disse.
Entretanto, a Administração do Porto de Aveiro, prepara a hasta pública dos terrenos da antiga Lota, de implantação do Polis.
O socialista Raul Martins, da bancada do PS na Assembleia Municipal, voltou a afirmar que a Câmara de Aveiro deveria ter adquirido os terrenos da antiga Lota de Aveiro quando foi proposta a venda por 500 mil contos.
Nessa altura, Raul Martins presidia à APA. «Na altura só faltou chamarem-me ladrão…», disse depois de afirmar que a continuação do remo dos Galitos estava «prevenida». Para Raul Martins «se a Câmara tem comprado era de todos e se calhar vai gastar um milhão de contos em obras e os terrenos são da APA».
Manuel Coimbra, líder da bancada do PSD, tem opinião diferente. Foi a antiga Junta Autónoma do Porto de Aveiro, (que antecedeu na gestão portuária a actual Administração do Porto de Aveiro) se apropriou dos terrenos e mais tarde fez a proposta para «vender à Câmara por 500 mil contos». Nesse sentido recordou que se manifestou contra na Assembleia. «Achei um escândalo e é também agora a APA a fazer mais valias em vez de zelar pelos interesses de todos nós».
Raul Martins disse que não houve anexação de terrenos, «as marinhas foram compradas e pagas e quem pretendeu fazer dinheiro com aquilo não foi a APA».