Quinta-feira, 12 Dezembro 2024
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Filarmonia no banco dos réus

O ex-director executivo Virgílio Nogueira e uma antiga funcionária da Filarmonia das Beiras procederam judicialmente contra a Associação Musical das Beiras (AMB), suporte legal da orquestra, noticia o JN.

«Reclamam, ambos, a reintegração nos quadros da AMB, arguindo que, tendo sido despedidos – e recebido as respectivas indemnizações – na sequência da extinção da Filarmonia , em Outubro de 2004, deviam ter regressado aos seus postos de trabalho quando a orquestra foi reactivada, alguns meses mais tarde. O que não aconteceu.

O processo está a correr no Tribunal de Trabalho de Aveiro, havendo, tanto quanto o JN apurou, diligências marcadas para esta semana.

A Orquestra das Beiras, recorda-se, foi extinta, em Outubro de 2004, na sequência de um braço-de-ferro entre a Direcção da AMB e os músicos, que reivindicavam contratos de trabalho e um regulamento interno.

Alguns dos membros da AMB, com destaque para a Câmara de Aveiro, liderada, na altura, por Alberto Souto, não aceitaram o fim da orquestra e encetaram uma série de diligências que culminaram com o renascimento da Filarmonia. As garantias de financiamento dadas pelo Governo, a assinatura de contratos de trabalho (a termo certo) com os músicos, a aceitação de um novo regulamento e a reafirmação do interesse dos associados da AMB na continuação do projecto foram determinantes para a reactivação da orquestra, em Julho do ano passado.

Regressaram os músicos, mas ficaram de fora o director executivo Virgílio Nogueira, actualmente adjunto do presidente do actual Câmara de Aveiro, e alguns funcionários administrativos.

Instado pelo JN, Virgílio Nogueira recusou-se a “falar do processo em público por estar em tribunal”. Também o presidente da Direcção da AMB, Manuel Assunção, se escusou a “comentar o assunto enquanto estiver em tribunal”. Manuel Assunção prefere falar da consolidação do projecto. A chegada, embora atrasada, das verbas do Ministério da Cultura relativas ao último trimestre de 2005, há duas semanas, está a permitir resolver os problemas de tesouraria, que colocaram a AMB em situação de incumprimento com a Segurança Social e as Finanças.

E, devido ao aumento do número de espectáculos contratados (a média actual está ligeiramente acima de um concerto por semana, mas o objectivo é chegar aos 100 por ano), a Orquestra vai, inclusive, admitir novos músicos. “Para completar a orquestra de cordas”, diz Manuel Assunção.» (JN)

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