Durante a semana passada, uma saída do sistema de saneamento para o Canal Central da Ria de Aveiro, junto à antiga Capitania, esgotou um efluente com sinais de ser doméstico e sem qualquer tratamento, noticia o Diário de Aveiro.
«Pelo menos em três dias da semana, como aconteceu ontem de manhã e de tarde, era bem visível o efluente a desaguar no canal e a formar uma mancha de um líquido baço, misturado com fezes, e gordurento.
O Diário de Aveiro apurou que os serviços municipais tentaram descobrir a proveniência do efluente, mas sem sucesso.
Serão descargas clandestinas que os serviços ainda não detectaram a sua origem. Para além de afectar a qualidade da água da Ria, a descarga tem efeitos negativos na imagem do valor ambiental do produto turístico mais importante de Aveiro. A descarga era observada pelos turistas que passavam na margem do canal, curiosos pela coloração da Ria e pelo cheiro pestilento que exalava.
Em termos de saúde pública não terão sido nada saudáveis, designadamente, os mergulhos, que alguns deram frente à sede da Região de Turismo da Rota da Luz, anteontem, no meio do entusiasmo da vitória de Portugal sobre a Inglaterra.
Questionado ontem pelo Diário de Aveiro, o vereador do Ambiente, Capão Filipe, disse que a Câmara tem «técnicos competentes que darão uma resposta para minimizar o problema». As descargas de efluentes encontram-se sob «tolerância zero», segundo o vereador mas a autarquia ainda não controla totalmente o sistema de drenagem para a Ria, subsistindo ainda descargas clandestinas que o responsável diz terem proveniência, essencialmente, da «zona histórica da cidade». (Diário de Aveiro)