A Polícia Judiciária, através da Directoria do Norte, deteve esta terça-feira uma mulher, de 41 anos de idade, residente em São João da Madeira, por fortes indícios da prática de um crime de burla qualificada.
Segundo a PJ a mulher «terá planeado aumentar de forma significativa os seus rendimentos através de um esquema fraudulento que teve como vítima uma sua familiar em estado de grande debilidade física e emocional».
Em meados de 2006, diz ainda a PJ, «em conversa com aquela sua familiar, tomou conhecimento que esta se pretendia reformar por invalidez, mas que não o conseguia já que as doenças de que padecia não seriam suficientes para ser declarada incapaz para o trabalho. Aproveitando-se da relação de confiança existente entre as duas, desde logo se prontificou a ajudar a sua familiar invocando que tinha conhecimentos privilegiados junto de hospitais públicos que lhe permitiriam obter os atestados necessários à reforma. Para o efeito, a vítima apenas teria de pagar a diversos médicos e funcionários desses hospitais no sentido de forjarem exames médicos que permitissem atestar um tal estado de incapacidade que determinasse a obtenção da reforma».
A mulher conseguiu convencer a vítima a «fazer-lhe a entrega de diversas quantias em numerário, que se estima poderão ascender a cerca de 150.000 euros, justificando tais quantias como necessárias a pagar aos intervenientes no suposto processo fraudulento».
Tal situação levou a que a ofendida ficasse numa situação económica desesperada já que neste período entregou todas as poupanças que tinha em seu nome à ora detida, tendo passado a viver da caridade alheia para poder sobreviver».
A detida será presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Judicial da Comarca de Oliveira de Azeméis para efeitos de aplicação de medida de coacção.