A notícia terá apanhado de surpresa alguns dos elementos dos bombeiros, mas não o novo presidente da direcção e restante equipa que, segundo apurou o Diário de Aveiro, tentou demover Jorge Oliveira dos seus intentos durante toda a semana, noticia o Diário de Aveiro.
«Por essa mesma razão, e uma vez que o pedido apresentado tem efeitos a partir de hoje, mal acabou de tomar posse, a direcção esteve reunida, na noite de anteontem, para tomar uma decisão sobre quem vai comandar, para já, os bombeiros voluntários. Uma pergunta que, de resto, foi feita por um bombeiro, no final da posse.
A decisão foi tomada ao início da madrugada, tendo ficado decidido que o novo comandante dos Bombeiros de Águeda, até Outubro, será Francisco José Santos. Uma informação confirmada ao Diário de Aveiro por Manuel Coutinho.
Justificando as razões da sua saída, Jorge Oliveira lembrou que no passado dia 29 de Março completou cinco anos de comandante daquele corpo de bombeiros, ou seja, o tempo previsto na lei e para o qual havia sido convidado pela direcção que cessou funções na sexta-feira à noite. Todavia, o ainda comandante não deixou de sublinhar que a legislação permitia que continuasse ao serviço até 23 de Outubro próximo.
«Contudo, situações que são sobejamente conhecidas de todos vós levaram-me a concluir que seria melhor para este corpo de bombeiros e para a população que desse por terminada, pelo menos por agora, a função de comandante». Ou seja, Jorge Oliveira não excluiu a hipótese de regressar àquele lugar, mas «não para já», tendo afirmado ao actual presidente, Manuel Coutinho, que a sua decisão era «irreversível».
«Foram cinco anos em que dei de uma forma completamente desinteressada o melhor de mim e muitas vezes sabe Deus com que sacrifício», disse, mostrando ficar «com pena» por já não poder concretizar projectos como a escola de aspirantes 2006 e as promoções a 1ª e 2ª classes.
Deixando algumas indirectas para quem o criticou, o comandante diria que todos sabem que a sua forma de estar «não se revê no grosseirismo, na crítica ou no exibicionismo, mas sim na educação, na humildade, no respeito mútuo e no trabalho».
Aos bombeiros que o ajudaram não deixou de dizer «muito obrigado»; ao que não o ajudaram, Jorge Oliveira disse estar certo que com a sua saída «se vão tornar nos bombeiros mais assíduos, mais colaborantes e ainda mais competentes».
Uma diferenciação que não deixaria de evidenciar quando, na parada, cumprimentou um a um todos os bombeiros. A uns, disse obrigado, a outros desejou felicidades». (Diário de Aveiro)