Sábado, 22 Março 2025
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Aveiro bate o pé ao Governo

A ligação de alta velocidade Aveiro-Salamanca é prioritária em relação ao corredor Lisboa-Madrid, concluiu a cimeira, este sábado em Aveiro, assim como o aeroporto da OTA não deve é prioritário, contrariando assim o plano do Governo a anunciar na próxima semana.

Para o presidente da Câmara, Élio Maia, a ligação Aveiro-Salamanca, é «uma ferramenta fundamental para concretizar o que queremos para Portugal» e manifestou a sua «incompreensão e discordância pela decisão tomada pelo Governo».

A cimeira concluiu pela «necessidade de criar um Conselho Estratégico para a Política de Mobilidade nacional, que defina linhas de intervenção a médio/longo prazo e que reúna os interesses nacionais, públicos e privados».

A Rede Ferroviária de Alta Velocidade com linhas mistas para transporte de passageiros e mercadorias, «foi encarado como um investimento estruturante para Portugal.»

«Em diversas intervenções O Traçado Aveiro – Salamanca foi considerado prioritário em detrimento do de Lisboa – Madrid, uma vez que é no corredor do IP5 que se concentram 70 por cento das exportações nacionais». Esta opção é justificada pela «existência do Porto de Aveiro e do Porto de Leixões, assim como a possibilidade de criar uma plataforma intermodal para distribuição de mercadorias» como um factor «determinante para a opção deste traçado, que assim serviria o Eixo Atlântico (via Ciudad Rodrigo e Salamanca) até à Europa Central».

O comunicado final da Câmara de Aveiro, que organizou a cimeira, refere que «nas sucessivas intervenções alertou-se para o facto da construção do aeroporto da OTA não ser prioritário face à Rede de Alta Velocidade, considerada estruturante para o desenvolvimento do país, e de desviar os recursos financeiros disponíveis.»

Quanto ao financiamento da alta velocidade, «deve ser encarada como um investimento público recorrendo se necessário a fundos comunitários para a sua implementação – a exemplo do sucedido em Espanha – deixando para uma segunda etapa o recurso ao financiamento privado mais indicado para exploração das novas vias.»

O comunicado final refere ainda que «melhores acessibilidades conduz à realização de mais investimento e, consequente, à criação de riqueza e de mais valias para as populações foi transversal a todos os presentes.»

A «Cimeira TGV A Nova Rede de Alta Velocidade / Aveiro-Salamanca, o Novo Aeroporto da OTA e os Interesses Estratégicos de Portugal foi organizada pela Câmara de Aveiro, em parceria com a ADFER -Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário e o Fórum Portucalense, para «promover a discussão e a reflexão em torno da Rede de Alta Velocidade / Aveiro – Salamanca e do Novo Aeroporto da OTA, e de aspectos como a competitividade nacional, o comércio externo e o turismo».

Participaram no encontro o presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário, Arménio Matias, o Presidente do Fórum Portucalense, António Vilar, o Presidente da Junta Metropolitana do Algarve, Macário Correia, o Presidente da Associação Industrial do Minho, António Marques, e o Professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Paulino Pereira, o Alcaide de Ciudad Rodrigo, Francisco Javier Iglesias Garcia, o Alcaide de Salamanca, Julian Lanzarote Sastre.

«Defenderam a pertinência da implementação da Rede de Alta Velocidade em Portugal, como forma de encurtar distâncias e de criar novas centralidades, uma vez que estão localizados na fronteira espanhola», segundo o comunicado da Câmara.

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