Segunda-feira, 16 Junho 2025
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– APA: «tendência positiva para os próximos anos»

O presidente do Conselho de Administração da Administração do Porto de Aveiro, José Luís Cacho, diz que no caso dos resultados operacionais, justifica com a necessidade da colocação de dados referentes a 2006, quando «era suposto serem de 2005», o que acontece pela necessidade que houve de efectuar uma «manobra contabilística», noticia o Diário de Aveiro.

Deste modo, «falseia os resultados», segundo o administrador, acrescentando que «os proveitos aumentaram 50 por cento nos últimos três anos», assim como, o «cash flow» de exploração «tem vindo a melhorar significativamente».

A auditoria salienta, em particular, que «até 2006, inclusive, ainda não tinha registado qualquer movimento “roll-on/roll off”, apesar de ter construído, em 2004, um terminal específico para este tipo de carga, que custou cerca de 15,7 milhões de euros. Tal evidência de deficiente planeamento, no que respeita a este projecto e consequente má rentabilização dos dinheiros públicos nele utilizados». José Luís Cacho rebate também este aspecto referindo que, por «opção estratégica, o «ro-ro e contentores não foi colocado em funcionamento, será integrado como plataforma logística, que só fará sentido quando a ferrovia entrar em funcionamento».

A auditoria compara as administrações dos portos do Douro e Leixões, Lisboa, Sines, Setúbal e Sesimbra, que tiveram resultados líquidos do exercício positivos e crescentes, à excepção da de Aveiro, sendo as cinco sociedades anónimas de capitais exclusivamente públicos. José Luís Cacho lembra que a posição de Aveiro se deve também ao facto de ser um porto pequeno, que teve de fazer investimento, em 25 por cento, com meios próprios, enquanto outros, mais antigos, tiveram financiamento público a «100 por cento».

O administrador está optimista, dizendo que o Porto de Aveiro, «financeiramente, é o mais sólido, e reflectirá nos próximos anos a tendência positiva». Nesta altura, a auditoria refere que embora registe valores que indicam «solidez financeira, tem sofrido, no período de 2002-2006, uma redução acentuada dos mesmos». Com os dados que tem à disposição, o Tribunal de Contas conclui que «é a administração portuária que regista resultados operacionais mais negativos, 2,2 milhões de euros, em 2006, os quais apresentavam, entre 2002 e 2005, uma tendência decrescente, mas em 2006, sofreram uma inversão, tendo-se agravado em 51%, face ao ano precedente».

A APA, tendo sido a que maior volume de investimento efectuou, entre 2002 e 2006, cerca de 98,6 milhões de euros, mas, diz a auditoria, «ainda não obteve os respectivos efeitos». Dos 98,6 milhões empregues, a auditoria destaca o projecto de Ampliação do Terminal Norte (cerca de50 milhões de euros) e Acessos ferroviários e rodoviário (26 milhões de euros).

A APA foi a que mais beneficiou de financiamento público, 59,7 milhões de euros, a que mais despendeu em investimento, 98,6 milhões de euros, e a que mais beneficiou, em termos relativos, desse financiamento, visto que 61% do seu investimento total foi suportado por fundos provenientes dos orçamentos do Estado e do Comunitário.
Quanto ao desempenho económico-financeiro e operacional, a APA detém apenas 5 por cento da quota de mercado Nacional. Há um dado positivo: «nos anos de 2005 e 2006 «alcançou a posição de líder nacional no movimento de carga geral fraccionada, ocupando 72 por cento da sua capacidade».

A auditoria chama a atenção de que a comparação entre movimento total e capacidade existente é sobretudo uma mais-valia instrumental de suporte à decisão sobre quais os investimentos a desenvolver no sector portuário. Só assim haverá a garantia de que, sempre que o mercado o permita, se está a privilegiar a rentabilização dos investimentos nacionais já concretizados. – Diário de Aveiro (notícia não acessível on line)

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