No top 5 nacional dos concelhos com preços mais elevados da água, consumos anuais de 120 m3, estão Oliveira de Azeméis (491,94 euros), Ovar (477,81 euros) e Albergaria-a-Velha (477,15 euros), segundo a DECO PROTeste. Os concelhos mais baratos são Vale de Cambra (254,76 euros), Castelo de Paiva (291,64 euros) e Anadia (297,87 euros). Nos consumos anuais de 180 metros cúbicos, destacam-se os concelhos de Fundão, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Amarante e Espinho.
No distrito de Aveiro, o intervalo de variação da fatura global da água (abastecimento, saneamento e resíduos sólidos urbanos) nos 19 municípios para consumos anuais de 120 m3 é de 237,18 entre entre o município com preço mais elevado (Oliveira de Azeméis) e mais baixo (Vale de Cambra).
No país, os serviços de abastecimento, saneamento e resíduos sólidos atingem uma diferença de 400 euros na fatura global entre concelhos do continente para o mesmo consumo de 120 m3 anuais. No caso do consumo anual de 180 m3, esta disparidade entre concelhos com a fatura global mais baixa e a mais alta intensifica para mais de 650 euros de diferença.
A DECO PROteste «não encontra justificações válidas para estas disparidades, que não se explicam apenas por diferenças nos investimentos em reabilitação de redes ou por ineficiências na gestão dos sistemas. A organização de consumidores alerta ainda para a insustentabilidade financeira de alguns serviços, com coberturas de gastos muito baixas, o que também não é desejável». Mas, acredita «na futura harmonização e rejeita aumentos de preços baseados em ineficiências, secas ou inundações, defendendo uma maior justiça no acesso a serviços essenciais».
No entanto, Ribau Esteves, vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, disse à Rádio Renascença que apesar de considerar que é «teoricamente possível», não acredita que se concretize na prática a harmonização de preços.
«Haja vontade e intensidade de trabalho para a tornar possível. Mas, enfim, o histórico neste e noutros dossiês não aponta nesse sentido».