A Câmara de Aveiro anunciou esta segunda-feira a transformação da designação e funcionalidade do Museu Arlindo Vicente em Museu de Aveiro, uma alteração que surge na sequência do acordo entre a Câmara e os doadores, António Pedro e Ana Maria Lurdes Marques, de devolução de uma colecção subordinada ao tema da “República”, que se destinava a constituir o núcleo central do Museu da República – Arlindo Vicente.

Segundo a Câmara, o acordo de 5 de Outubro de 2002 «não foi cumprido e considerando que a Câmara Municipal de Aveiro não dispõe de meios para criar as condições essenciais à abertura do museu nos termos acordados, entendeu o executivo da autarquia aveirense, ser seu dever evoluir no desenvolvimento do projecto em relação com aquilo que considera prioritário, evitando manter a situação actual.

Deste modo, a colecção será devolvida aos antigos proprietários».

Mas a Câmara não exclui a possibilidade de voltar a receber a colecção. «Cientes do valor da colecção, e a sua importância para o município e fruto das boas relações conseguidas entra ambas as partes, ficou em aberto a possibilidade de doação do acervo documental, em forma e condições a definir posteriormente. Considerando que o município reconhece a enorme dedicação de Arlindo Vicente a Aveiro e que se sente grato pela grande generosidade demonstrada pelos seus doadores, propõe-se que uma das artérias da cidade seja denominada por “Arlindo Vicente”.

O novo museu terá uma «dupla função: agir em favor da inventariação, estudo e salvaguarda do património cultural aveirense e agir enquanto elemento gestor do património cultural fomentando a sua promoção e atraindo visitantes e divisas».

Segundo o vereador Capão Filipe, do Pelouro dos Assuntos Culturais, “o município é detentor de um largo acervo, desde pinturas a azulejos, nunca exposto e que todos os munícipes devem conhecer”. “Os momentos históricos, políticos e culturais da cidade serão retratados na nossa rede de museus, permitindo a todos os munícipes conhecer melhor o seu concelho”».

O Museu da Cidade terá como «objectivos gerais criar pólos culturais activos e interligados; salvaguardar a identidade cultural de Aveiro; incentivar a transmissão de memória colectiva; fomentar o desenvolvimento da comunidade local em actividades culturais; descentralizar políticas culturais; atrair públicos e visitantes; gerir de forma concertada os diversos equipamentos culturais; rentabilizar recursos e meios; fomentar o turismo cultural na região de Aveiro; criar novos produtos turísticos e fomentar novos espaços culturais».

As principais funções serão a programação, «definição dos conteúdos programáticos anuais; desenvolvimento das exposições no âmbito da programação anual; desenvolvimento das actividades do Serviço Educativo; investigação e difusão e publicações»; a gestão «recursos humanos; promoção e desenvolvimento»; e gestão de colecções «conservação, restauro e documentação».

O museu visa atrair um «público amplo, além de procurar ser uma mais valia para os habitantes do município, incentivando o turismo, o crescimento económico, o aumento da qualidade de vida e ampliando o âmbito das actividades culturais. Assim sendo, o museu pretende atrair o maior número possível de visitantes e participantes nas actividades programadas, recrutados nos vários estratos sociais, culturais e etários locais, nacionais e internacionais».