O programa de Governo que o PS apresenta à discussão já devia ser conhecido de todos e não divulgado há dias como uma novidade.

O programa do Governo devia ser o que os candidatos e apoiantes já disseram aos eleitores durante a campanha que os conduziram à maioria absoluta.

Tudo o que agora querem colocar em prática seria aquilo que já disseram. Mas nunca dizem tudo. Parece que há coisas em segredo. Por isso uns dizem que os impostos vão aumentar e outros dizem que não.

O programa será colocado à discussão, haverá transmissões em directo, será votado e aprovado, com a certeza da maioria absoluta. No fim, os da esquerda baterão palmas e os direita não.

O novo Governo passou da oposição, que é um Governo em acção, só que em teoria, para a prática, com uns problemas chatos. A Bombardier  a chatear, os polícias, com menos de 30 anos, que andam a morrer às mãos de um tipo qualquer, praticamente imobilizado, o poder de compra cada vez menor, as coisas mais caras. Uma maçada. E os portugueses que não querem aprender, e que são pobres, e passam fome.

Na verdade, eles sabem que eu sei que eles sabem que estão no Governo porque a campanha de publicidade resultou. Bastou dizer muitas vezes, ajudados pelos meios de comunicação, os erros do governo do PSD que o PP não assumiu, fugindo à responsabilidade da coligação. «Os nossos ministros não, foram os deles», disse o presidente que mandou dizer que ia para a América daqui por uns tempos». Com tantos erros e tantas vezes repetidos foi fácil os outros ganharem.

João Peixinho